“A principal conclusão é que se registam problemas de saúde mental nos cuidadores de pessoas com deficiência e que são necessárias medidas de apoio, que podem custar menos ao Governo se forem aplicadas de forma preventiva”, disse à Lusa o professor da Universidade de Macau Brian Hall, responsável pelo estudo já publicado no British Journal Centre Of Health Psychology.
Mais de 30% revelaram depressão moderada, severa ou mais grave ainda, uma percentagem semelhante naqueles que registam stresse, mas que chega quase aos 47% nos cuidadores que demonstram problemas de ansiedade.
As conclusões apontam para uma prevalência maior nas mulheres, quase sempre mães, e para o facto de a gestão externa destes sintomas na interação com outras pessoas e entidades piorar a situação, algo que é explicado com o contexto cultural chinês associado ao estigma, valorização e manutenção da imagem social perante o desempenho daquele papel.
Em Macau, até setembro de 2019, existiam quase 14 mil pessoas diagnosticadas com algum tipo de deficiência, numa população de cerca de 670 mil residentes.
O estudo abrangeu 234 cuidadores informais e realizou-se entre agosto e setembro de 2018. A maioria tinha mais de 65 anos, despendiam mais de 40 horas por semana a cuidar da pessoa com deficiência, viviam numa habitação com três pessoas e geriam um rendimento mensal igual ou inferior a 4.999 patacas (549 euros).
A apresentação teve lugar na Associação de Reabilitação Fu Hong de Macau, uma organização sem fins lucrativos que se dedica a apoiar pessoas com deficiência e que esteve na génese do estudo.
LUSA/HN
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