Novo modelo lidera o caminho para um distanciamento social mais seguro.

24 de Junho 2020

A Universidade de Lancaster está a apurar um modelo único, automatizado e de distanciamento social para preparar os negócios para uma reabertura segura na recuperação após a pandemia.

O novo modelo desenvolvido pela Escola de Arquitetura da universidade utiliza algoritmos, um processo de exploração de design especial, software de criação, sinalização otimizada, plantas criadas eletronicamente e mapeamento e controlo de temperatura que inspiram um sentimento de segurança para os visitantes.

A trabalhar com a Universidade de Lancastre no projeto financiado pela Beyond Imagination com 13.2 milhões, estão a Research England e a Imagination da Universidade de Lancaster, um laboratório de pesquisa para o design, que estão atualmente a desenvolver o projeto pronto a implementar.

A administração local está interessada em explorar a utilização deste novo modelo de distanciamento social, atualmente a ser submetido a testes de viabilidade para os negócios de retalho na área de Lancaster.

Inicialmente o trabalho era realizado à secretária, completando plantas enviadas pelos negócios e gerado através de um computador que tratava de processar a informação.

Os métodos de design generativo foram utilizados para automatizar e implementar projetos orientados para o melhoramento do risco das áreas identificadas como não cumpridoras dos requisitos para o isolamento social. Uma zona de exclusão entre dois utilizadores de passagem foi automaticamente definida nas plantas pelo software que assinalou as “áreas de risco” para o não cumprimento das normas de distanciamento.

As medidas de distanciamento são capazes de responder a alterações nos conselhos governamentais em relação à distância entre clientes, e podem ser adaptadas para respeitar os atuais dois metros ou uma potencial alteração para o um metro.

O algoritmo utilizado gerou então um layout optimizador para descobrir a melhor maneira de sinalizar o chão com base nas distâncias mínimas entre a mobília e as paredes. As sugestões foram depois analisadas e avalizadas pelo designer.

O centro criativo no centro da cidade, detido pela própria administração local – o The Storey -, é o teste pratico para o novo modelo e vai tornar-se no novo “Laboratório de Espaço Generativo”, ao qual os donos de lojas da industria dos serviços vão ser convidados para conhecerem, consultarem e fornecerem feedback para tanto a equipa de investigadores, como a de designers.

O estudo piloto vai fornecer os dados acumulados para análise e revisão do sucesso das medidas de distanciamento social. Um inquérito aos utilizadores e o mapeamento de temperatura vão fornecer dados quanto à experiencia e ao sucesso operacional do espaço.

Este modelo de investigação prático tenciona oferecer uma metodologia única através de pacotes de programação visual únicos e de design apoiado em computadores para automatizar a análise de risco das plantas existentes, para que seja possível identificar as áreas onde não é possível cumprir as normas de distanciamento social.

Central ao novo modelo é um sistema criativo de sinalização, criado pela Wash Design, que considerou o impacto do design da sinalização na eficácia das medidas de distanciamento social, no branding e evita o desgaste da própria sinalização.

A empresa utilizou formas geométricas e uma palete de tons médios de azul, verde e amarelo para coordenar instruções e informações diferentes e criar um novo e amigável tom de comunicação.

As conotações amigáveis associadas com o círculo refletem a proximidade de saudações gerais, enquanto a conotação universal do hexágono assinala questões e informações mais sérias. Finalmente, o triângulo é utilizado com propósitos direcionais.

Como parte da fase de teste formal do projeto, a equipa de design tem algumas preocupações com a disponibilidade de largas e amplas placas de acrílicos transparentes. Por isso mesmo, sugerem uma solução alternativa e mais económica – folhas de plástico de 500 mícron de espessura utilizadas sob tensão, à semelhança da mecânica utilizada em tendas, e com uma fração dos custos dos plásticos rígidos.

O líder do projeto e diretor do departamento de Arquitetura na Universidade de Lancaster, Des Fagan, explicou que “atualmente não foi completada investigação qualitativa ou quantitativa de como processos automatizados podem influenciar o design dos espaços públicos existentes no contexto das medidas de distanciamento social”.

“Decidimos inventar uma solução automatizada única e adaptável, atualmente em teste, que vai permitir inserir as plantas para gerar a sinalização que reaja às alterações nas políticas governamentais”.

“Vamos avaliar as respostas dos clientes que nos vão ajudar a perceber como as pessoas reagem a certos tipos de sinalização com o passar do tempo. Isto é significativo porque o distanciamento social, de uma forma ou de outra, vai estar connosco durante meses que virão”. “O projeto andou realmente rápido e esperamos ter resultados até ao início de julho”, acrescentou Des Fagan.

Um dos responsáveis pela cidade de Lancaster, Tim Hamilton-Cox, membro do governo local com responsabilidade pela prosperidade da economia local e sustentável disse: “O distanciamento social vai fazer parte da nossa rotina diária durante o futuro próximo e é extremamente importante que a sinalização seja clara, fácil de seguir e que reflita as últimas diretrizes do governo. […] Temos estado bastante agradados com o trabalho da universidade neste projeto inovador e estamos ansiosos por ver os resultados”.

Andy Walmsley, da Wash Design, acrescentou: “Queríamos adicionar um forte elemento gráfico comparado ao que vimos na nossa pesquisa, para fazer as pessoas perceberem o espaço que têm em relação umas às outras. É difícil para as pessoas deslocarem-se por um espaço e perceberem exatamente que distância têm em relação umas às outras, por isso estas guias devem ajudar, juntamente com um tom amigável”.

NR/HN/João Daniel Ruas Marques

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