As pessoas que apresentam perturbações de ansiedade relacionadas com a doença (hipocondria) utilizam muito do seu tempo e energia a verificar se têm ou não uma doença grave. Este comportamento tem, frequentemente, efeitos negativos na sua vida social, familiar e profissional, na medida em que a sua qualidade de vida é fortemente reduzida.
“Este é o primeiro estudo que acompanha os hipocondríacos durante um período tão longo. Mostra que a TCC tem efeitos positivos até 10 anos após a terapia”, diz a psiquiatra Kari-Elise Veddegjærde, aluna de doutoramento do Departamento de Ciências Clínicas da Universidade de Bergen.
No decurso do estudo, publicado no “The British Journal of Psychiatry”, Kari-Elise Vedddegjærde seguiu 50 pessoas com hipocondria.
Cada uma fez um total de 16 horas de terapia cognitiva comportamental com o terapeuta Ingvard Wilhelmsen, professor do Departamento de Ciências Clínicas da Universidade de Bergen.
Os doentes responderam a questionários sobre a sua qualidade de vida antes, durante e após o tratamento. “Sabemos que a TCC é um tratamento eficaz na hipocondria, mas não sabíamos quanto tempo duraria o seu efeito. Este estudo mostra que o tratamento mantém o seu efeito positivo durante um longo período de tempo”, sublinha Kari-Elise Vedddegjærde.
A investigadora espera que os resultados do estudo façam com que, no futuro, mais psiquiatras, psicólogos e médicos de família recomendem a TCC aos seus pacientes.
A hipocondria é caracterizada pela crença de que se tem (ou vai ter) uma doença grave. Muitas vezes, o doente concentra-se numa doença específica. O cancro, doença cardíaca e doença neurológica, são as mais comuns.
Na Noruega, aproximadamente 3% das pessoas que visitam o seu médico de família sofrem de hipocondria.
Informação bibliográfica:
https://www.uib.no/en/med/136653/cognitive-therapy-has-lasting-effect-hypochondriacs
Long-term effect of cognitive–behavioural therapy in patients with Hypochondriacal Disorder
Kari-Elise Frøystad Veddegjærde, Børge Sivertsen, Jens Christoffer Skogen, Otto Robert Frans Smith and Ingvard Wilhelmsen
The British Journal of Psychiatry
doi: 10.1192/bjo.2020.22
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