Jorge Azevedo Managing Partner, Guess What Jazevedo@guesswhat.com.pt

A era da resiliência

06/30/2020

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A era da resiliência

30/06/2020 | Opinião

Vivemos um momento único na história, independentemente da geração, que vai colocar à prova as nossas capacidades de adaptação e resiliência. O impacto tremendo que um aparentemente minúsculo Coronavírus provocou na nossa vida, tão enquadrada em princípios e rotinas inquestionáveis, e as mudanças a que nos obrigou (e obriga) a tomar num curto espaço de tempo, irão marcar indelevelmente as dinâmicas empresariais, sociais e de saúde na próxima década.

Enquanto sociedade, estaremos à altura do desafio?

Resiliência é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. Nas organizações, a resiliência trata-se de uma tomada de decisão quando nos deparamos com um contexto entre a tensão do ambiente envolvente e a vontade de vencer. Manter a imunidade mental é a base para criar resiliência emocional. Por norma, o indivíduo condiciona a mente a tolerar os pensamentos mais negativos e consegue esquivar-se do sofrimento ao entender que a dor fará, inevitavelmente, parte da trajetória de uma vida.

Sempre considerei a resiliência como uma das pedras basilares para o sucesso profissional e até pessoal. Uma pessoa pode ser criativa, inspirada ou inspiradora, excelente na sua rede de contactos, perfeita conhecedora da teoria académica mas, se não possuir uma capacidade de adaptação afinada que contribua para se ajustar aos problemas e situações únicas, dificilmente será capaz de superar os desafios com sucesso.

Estes são, sem dúvida, tempos de sacrifício mas, acima de tudo de bom senso e resiliência. Das empresas, das instituições, dos meios de comunicação social, dos indivíduos e da soma que perfaz a nossa sociedade. Curiosamente, quando falamos da COVID-19 e dos casos de sucesso na luta contra a mesma, é a resiliência do corpo humano, na sua batalha por vezes longa e dura, que pode fazer a diferença.

Neste ambiente particularmente desafiador, a área da comunicação, aquela à qual estou ligado desde 1995, assume particular relevância face aos condicionalismos existentes. À qual junto a palavra resiliência. A comunicação transparente e objetiva é algo indispensável para a promoção da saúde pública e respetivo crescimento económico. Numa era em que fontes de informação se multiplicam e o medo emerge, importa ocupar o espaço informativo com a verdade. Aparentemente esse tem sido um dos objetivos do Ministério da Saúde com as suas conferências diárias e atualizações constantes.

As campanhas públicas utilizando tradicionais ferramentas como mupis e mecânicas “para uma nova geração”, como é o caso de influenciadores digitais, reflete a necessidade imperiosa de se comunicar para diferentes públicos-alvo, dos oito aos oitenta, reconhecendo que as formas de consumo informativo não são iguais.

Muito se tem criticado o papel das nossas entidades de saúde face a esta crise mas, do ponto de vista mediático, o esforço foi notório mesmo que por vezes excessivo e confuso como no caso da necessidade de usar máscaras. Um dia não era necessário, noutro já era essencial para grupos de risco e mais tarde obrigatório em espaços fechados para todos. Demasiadas curvas e contra curvas discursivas, fruto de uma situação totalmente nova mas passando a imagem de uma navegação ao sabor da maré.

Para mais, a pandemia da COVID-19 foi acompanhada por um enorme fluxo de desinformação. Mitos diferentes – como “comer alho pode impedir o Coronavírus” ou “as crianças não apanham o vírus” – foram disseminados um pouco por todo o lado. Perante isto, e mesmo descontando algumas mensagens mais erráticas, a comunicação e a informação resultante de fontes oficiais como a DGS foram algo indispensável para a (nossa) saúde pública. Resiliência na comunicação e na verdade.

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