De acordo com a fundação, o programa CaixaImpulse está dividido em duas vertentes. “A primeira delas, CaixaImpulse Validate, nasceu há cinco anos para apoiar projetos incipientes no processo de transferência de tecnologia. E, no ano passado, foi lançada uma nova linha, CaixaImpulse Consolidate, com o objetivo de oferecer acompanhamento aos projetos em estados posteriores de desenvolvimento, contribuindo, assim, para transpor o ‘vale da morte’, atrair financiamento de investidores privados e, por último, chegar ao mercado.”
É por isso que a fundação considera que o programa “ampliou o alcance da sua influência, acompanhando os projetos de inovação durante mais etapas do processo de transferência de tecnologia. O derradeiro objetivo é conseguir que estas iniciativas, saídas do laboratório, acabem por melhorar a qualidade de vida das pessoas.”
Este ano foram apresentadas 109 iniciativas biomedicas, sendo que apenas vinte foram escolhidas na convocatória do CaixaImpulse Validate. A fundação refere que houve uma forte adesão por parte da comunidade cientifica espanhola. “Do total de iniciativas apresentadas, 95 têm origem em centros de investigação, universidades e hospitais de Espanha, nove de Portugal, uma da Alemanha, uma da Croácia, uma de França, uma de Itália e uma da Suécia.”
Depois de avaliados os projetos, a comissão de especialistas selecionou 20 projetos. Dez deles inserem-se na área das terapias e do desenvolvimento de medicamentos, e os dez restantes são projetos MedTech, que incluem técnicas de diagnóstico, dispositivos médicos e projetos de saúde digital.
A nível territorial, os projetos provêm de diferentes comunidades autónomas de Espanha. A eles somam-se duas iniciativas propostas em Portugal.
Relativamente à convocatória do CaixaImpulse Consolidate, foram apresentados 40 projetos, dos quais foram selecionadas três iniciativas: duas de Espanha e uma de Portugal. As duas primeiras, inseridas na área dos dispositivos médicos, incluem um exoesqueleto leve para a reabilitação neurológica de doentes que sofreram um AVC e um adesivo bioabsorvível que promove a regeneração em casos de dissecção da aorta. Estes projetos já foram selecionados na convocatória do CaixaImpulse Validate, o que reforça ainda mais a solidez das iniciativas para se constituírem em empresas.
No que diz respeito ao processo de seleção, os projetos apresentados passaram por um processo de seleção constituído por duas fases. Na primeira, todas as propostas recebidas são avaliadas em formato de peer review por especialistas e profissionais do ramo das ciências da vida e da saúde, assim como do mundo empresarial. Na segunda fase, os líderes dos projetos com melhor pontuação defendem a sua proposta numa entrevista presencial perante um painel formado por especialistas europeus de diferentes áreas (companhias farmacêuticas, Business Schools, e empresas de saúde e biotecnológicas).
No painel de especialistas participaram, entre outros: Andrés G. Fernández, diretor da Ferrer Advanced Biotherapeutics, Yolanda Casas, Enterprise Sales Manager da Abbott, José Luis Cabero, CEO da Aelix Therapeutics, Laura Sampietro, subdiretora de Inovação do Hospital Clínic de Barcelona, Ricardo Perdigão, International Business Analyst da BIAL e Ian Cotgreave, diretor de Desenvolvimento Científico Estratégico da Swetox (Suécia).
Nesta última edição, onde foram selecionados 23 projetos, todos “receberão apoio financeiro (que pode ir de 50 mil euros a 300 mil euros), farão parte de um programa de acompanhamento, mentoring e aconselhamento e imersão na realidade do mercado.
“Desde o início do programa, as equipas dos projetos participantes beneficiaram de mais de duas mil horas de mentoring e aconselhamento, mais de 700 horas de formação e mais de mil reuniões com especialistas. Foram igualmente constituídas 26 spin-offs e angariados 8,7 milhões de euros provenientes de outras fontes de financiamento.”
PR/HN/Vaishaly Camões
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