O estudo, da autoria de investigadores da “RCSI University of Medicine and Health Sciences” (Irlanda), foi publicado na “JAMA Psychiatry”.
Com base em certos critérios, tais como sintomas psicóticos leves ou breves, algumas pessoas são consideradas clinicamente de alto risco de desenvolver uma perturbação psicótica, tal como a esquizofrenia. No entanto, apenas 20% a 30% destas pessoas irão, de facto, desenvolver uma perturbação psicótica.
Os investigadores analisaram amostras de sangue de pessoas com elevado risco clínico de psicose. Estes indivíduos foram acompanhados durante vários anos para ver quem desenvolveu ou não um transtorno psicótico.
Depois de avaliar as proteínas de amostras de sangue e utilizarem a inteligência artifical (machine learning) para analisar os dados, os cientistas foram capazes de encontrar padrões nas primeiras amostras de sangue que poderiam ajudar a prever quem desenvolveu ou não um transtorno psicótico no período de acompanhamento.
Muitas destas proteínas estão envolvidas na inflamação, sugerindo que existem alterações precoces no sistema imunitário das pessoas que desenvolvem um distúrbio psicótico. Os resultados também sugerem que é possível prever os resultados utilizando amostras de sangue colhidas com vários anos de antecedência.
O teste mais preciso baseou-se nas 10 proteínas mais preditivas. Identificou corretamente aqueles que desenvolveriam uma perturbação psicótica em 93% dos casos de alto risco, e identificou corretamente aqueles que não o fariam em 80% dos casos.
“Idealmente, gostaríamos de prevenir as perturbações psicóticas, mas isso requer ser capaz de identificar com precisão quem está em maior risco”, referiu o Prof. David Cotter, autor sénior do estudo e professor de Psiquiatria Molecular na RCSI.
“A nossa pesquisa demonstrou que a análise dos níveis de proteína em amostras de sangue pode prever quem está verdadeiramente em risco e possivelmente beneficiar de tratamentos preventivos. Precisamos agora de estudar estes marcadores noutras pessoas com alto risco de psicose para confirmar estes resultados”.
Mais informação em:
Mongan D, Föcking M, Healy C, et al. Development of Proteomic Prediction Models for Transition to Psychotic Disorder in the Clinical High-Risk State and Psychotic Experiences in Adolescence. JAMA Psychiatry. Published online August 26, 2020. doi:10.1001/jamapsychiatry.2020.2459
NR/HN/Adelaide Oliveira
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