“Podemos mostrar que um aminoácido específico numa molécula de sinalização desempenha um papel importante na mobilização das células cancerígenas e, dessa maneira, aumenta o risco de metástase”, diz a professora Maréne Landström, da Universidade de Umeå.
Esta investigação estudou o fator de crescimento TGF- β (Fator de Crescimento Transformativo β), que regula como as células crescem e se especializam. Os estudos anteriores mostraram uma sobreprodução de TGF- β em muitas formas de cancro, uma sendo o cancro da próstata. Foram provadas as ligações entre os altos níveis de TGF- β e os fracos prognósticos e a baixa sobrevivência como consequência do fator de crescimento estimulante de células cancerígenas, que se espalham no corpo humano e causam tumores secundários perigosos – as chamadas metástases.
O TGF- β regula a expressão da proteína Smad7 – um componente ativo na cadeia de sinalização TGF- β. Nas células saudáveis, a Smad7 consegue prevenir a sinalização continua do TGF- β através de feedback negativo. Apesar disso, Maréne Landström e o seu grupo de investigação conseguem agora mostrar, ao contrário do que se acreditava, que, em células cancerígenas, a Smad7 pode reforçar o desenvolvimento dos tumores ao regular a expressão genética d HDAC6 e c-Jun.
O aminoácido específico que captou a atenção dos investigadores chama-se Lys102 e encontra-se na Smad7. Este aminoácido liga-se a funções reguladoras de genes no ADN para aumentar a produção da expressão do gene HDAC6 e c-Jun. Isto leva a que as células cancerígenas se tornem mais moveis e mais prováveis de formar metástases. Os investigadores têm conseguido ver uma clara ligação entre todas estas variáveis e um prognóstico negativo para o cancro da próstata.
“As boas notícias são que ao utilizar um tratamento com um inibidor HDAC6 podemos fazer com que as células de cancro da próstata percam a mobilidade. Dessa forma, novas oportunidades possam ser abertas para tratamentos que reduzem o risco de metastases”, diz Maréne Landström.
Estudos clínicos estão agora a ser realizados no Reino Unido para encontrar inibidores HDAC6 específicos em pacientes com tumores sólidos, o que quer dizer que os tratamentos com recurso a inibidores HDAC6 pode tornar-se um complemento no tratamento do cancro de pacientes com formas da doença difíceis de tratar. Estudos futuros podem explorar o benefício de indicar expressões de Smad7, HDAC6 e c-Jun para permitir tratamentos novos e mais específicos para homens com cancro da próstata agressivo.
O estudo mostra também uma função totalmente nova de Smad7 na forma como pode recrutar Smad2 e Smad3 para o lugar de transcrição para estes novos genes. Anteriormente pensava-se que a Smad7 detia o papel de inibidor para a atividade de transcrição TGF beta-Smad2/3.
O estudo foi publicado no jornal científico iScience.
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NR/HN/João Daniel Ruas Marques
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