Na proposta a que a Lusa teve hoje acesso e que vai ser discutida na reunião do executivo na segunda-feira, a maioria argumenta que a “reabilitação da fachada do Hospital de Santo António, imóvel classificado desde 1910 como Monumento Nacional, se reveste de manifesto e relevante interesse municipal, considerada a sua história e o seu impacto na vida da cidade”.
No âmbito das comemorações dos 250 anos do Hospital de Santo António, a Santa Casa da Misericórdia pretende avançar com a limpeza da fachada do edifício, uma intervenção que rondará os 500 mil euros, referiu à Lusa, em julho, o provedor, António Tavares.
O município explica que o pedido de apoio para a operação de limpeza da fachada do hospital foi solicitado pela Santa Casa da Misericórdia, que, pese embora a gestão daquela unidade hospitalar tenha sido assumida pelo Estado em 1974/1975, “tem vindo sempre a zelar pela sua manutenção e conservação”.
“A Santa Casa da Misericórdia exortou o município do Porto a associar-se a esta efeméride [comemorações dos 250 anos] e solicitou o apoio do município na operação de limpeza da fachada do imóvel, nomeadamente através da isenção das taxas municipais envolvidas na operação”, lê-se na proposta.
A maioria salienta que a operação que será realizada pela Cooperativa dos Pedreiros, a valores simbólicos, assume, ainda assim, custos consideravelmente elevados, sendo o custo global estimado de 424.964 euros, pelo que conta já com um conjunto de mecenas que irá patrocinar a mesma.
Considerando que esta iniciativa “permitirá devolver o esplendor e importância àquele grandioso edifício que constitui um marco indelével na paisagem urbana do Porto”, a Câmara do Porto pretende associar-se à reabilitação do monumento nacional que se reveste “de manifesto e relevante interesse municipal”.
Em entrevista à Lusa, em 14 de julho, o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, afirmou que a “missão de serviço público” tem sido, continuadamente, cumprida”, continuando a unidade hospitalar a dar resposta à cidade.
Em 1824 era inaugurada aquela estrutura hospitalar que, com o tempo, se converteu no “hospital da cidade”. Por lá passaram vítimas de grandes catástrofes, epidemias como a gripe espanhola ou a peste bubónica e revoluções, como a guerra civil do Porto.
“O Hospital Real que foi criado nessa época não deixou de ser muito diferente ao longo destes dois séculos e meio”, salientou à Lusa, em julho, Paulo Barbosa, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santo António, acrescentando que a unidade hospitalar soube sempre “adaptar-se aos desafios”.
Além do Hospital de Santo António, o Centro Hospitalar do Porto integra o Centro Integrado de Cirurgia de Ambulatório, o Centro Materno-Infantil do Norte e o Centro de Genética Médica Dr. Jacinto Magalhães.
LUSA/HN
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