Mercado farmacêutico regista queda de 2% em valor no mês de outubro

13 de Novembro 2020

O mês de outubro contrariou a tendência de crescimento dos meses anteriores e foi o primeiro com quebras em praticamente todos os setores do mercado farmacêutico português. Segundo a Health Market Research (HMR), os segmentos mais afetados foram dentro do Pharma Market: a venda medicamentos sem necessidade de receita médica caiu -15,4% em volume e -10,6% em valor

É precisamente da categoria de Pharma Market que vêm os destaques do mês de outubro, com as vendas de medicamentos sujeitos a receita médica a cair -0,7% em volume e -3,3% em valor.

Dentro deste subsegmento, tanto as vendas de medicamentos de marca como os genéricos registaram uma ligeira queda (-3,8 e -2,5 respetivamente).

Ainda assim, e em contracorrente com as tendências apresentadas pelos restantes segmentos do mercado farmacêutico, registaram-se em outubro vendas superiores na ordem dos 3,3% em valor e 1,9% em volume na categoria “Suplementos”. Um crescimento que a HMR atribui à procura sazonal “da classe dos produtos usados para o reforço do sistema imunitário”, pode ler-se no relatório.

Também contra a tendência do mês de outubro, mas em linha com os resultados dos meses passados está o segmento de “Patient Care”, que cresceu 10,5%. Este é o segmento que inclui a maior parte dos produtos de proteção pessoal utilizados durante a pandemia de Covid-19, como são exemplo as máscaras, luvas descartáveis e desinfetantes de base alcoólica. Face ao mesmo mês do ano passado, o segmento “Patient Care” cresceu já 394%.

Aqui, destaque ainda para as vendas de desinfetantes de base alcoólica (comumente conhecido como álcool gel) que é o único produto que apresenta uma tendência negativa. Venderam-se em outubro -13,7% de unidades de desinfetantes deste tipo.

Comparativamente ao período homólogo, outubro de 2020 registou uma perda de -2,0% em valor e -3,9% em volume. As empresas que mais se ressentiram foram a Bayer e a Mylan. A número cinco e número um do top de vendas em Portugal viram as suas receitas cair -6,9% e -3%, respetivamente. Do mesmo top, só a MSD manteve as receitas, registando um crescimento nulo.

 

PR/HN/João Marques

 

 

 

 

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André Marques
Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

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