“Esta epidemia aqui em Moçambique está sob controlo, basta olhar para a taxa de mortalidade que é de 0,8% [116 mortes entre 14.514 casos], porque as medidas tomadas surtiram efeito e os recursos canalizados também”, referiu.
Nos países vizinhos, segundo dados centralizados pela OMS, a taxa varia de 2% a 4%.
“Não pode passar a ideia de que, se não se fizesse nada, estaríamos na mesma situação. Não é verdade”, respondeu, quando questionado sobre se os números têm justificado os apoios pedidos e entregues por parceiros.
Segundo Valdez, “a situação não é grave exatamente porque houve medidas que foram tomadas desde o início pelo país, com apoio dos parceiros, para provocar uma atenuação da curva dos casos registados”.
A criação de centros de internamento, laboratórios, treino de profissionais de saúde e outros – por exemplo, nas fronteiras -, aquisição de equipamentos de proteção individual, além de mais de 200 mil testes realizados, beneficiaram do financiamento externo.
“Esta pandemia está a representar um esforço adicional enormíssimo” para o serviço de saúde moçambicano, com “as pessoas rastreadas a ultrapassar os três milhões”, comentou.
“Há todo um trabalho que teve de ser desenvolvido” até se chegar aos resultados atuais, sublinhou.
Apesar dos números animadores, ainda não é altura para relaxar na prevenção, alerta.
“Se nós olharmos para os números de Moçambique e compararmos com a região africana da OMS, vemos que os indicadores relativamente à resposta a esta pandemia têm sido bastantes bons”, disse, permitindo “aplaudir” a prestação.
Valdez destacou a percentagem de infetados entre profissionais de saúde de 5,7% e a proporção de pessoas recuperadas de 87%, “o mesmo número que ao nível dos 47 países da região africana da OMS”, entre os quais o país lusófono está em 13.º lugar no que respeita ao número de casos.
Ainda assim, a ideia é “não relaxar”.
“Não relaxar porque esta pandemia ainda não está terminada” e além da responsabilidade institucional, “há outras de nível comunitário, do indivíduo e da família”.
Valdez considerou ainda que o país adotou medidas de forma “equilibrada” entre a crise sanitária e a económico-social, destacando a ausência de um confinamento total ou recolher obrigatório – o chamado ‘lockdown’, designação em inglês.
O mundo inteiro espera que em breve haja vacinas que acabem com a pandemia e Tomás Valdez refere que Moçambique beneficiará de mecanismos para a “partilha justa e igualitária”.
Moçambique pediu 700 milhões de dólares (590,5 milhões de euros) aos parceiros no início da pandemia para enfrentar os choques económicos, sanitários e sociais.
Na última semana, o parlamento moçambicano aprovou o Orçamento de Estado retificativo de 2020, por forma a incluir um reforço de apoios no valor de 314 milhões de dólares (265 milhões de euros).
Moçambique tem um total acumulado de 14.514 casos de Covid-19, com 86% de recuperados e 116 mortes.
LUSA/HN
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