Marisa Matias diz que data das presidenciais é “opção natural”

24 de Novembro 2020

A candidatura da bloquista Marisa Matias considerou esta terça-feira uma "opção natural" a marcação das eleições presidenciais para 24 de janeiro, adiantando que a recolha de assinaturas “está a decorrer como era expectável” e cumprindo as regras sanitárias.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou hoje as eleições presidenciais para 24 de janeiro de 2021, tendo as candidaturas de ser apresentadas formalmente perante o Tribunal Constitucional até 24 de dezembro, com a campanha eleitoral a decorrer entre 10 e 22 de janeiro.

À agência Lusa, fonte da candidatura de Marisa Matias – eurodeputada bloquista que anunciou que volta a concorrer a Belém e que será apoiada pelo BE – considerou que esta data “era expectável” e que se trata de uma “opção natural”.

Sobre a recolha de assinaturas para a formalização da candidatura, a mesma fonte explicou que esta “já está a acontecer em todo o país e tem sido feita de três formas distintas”.

Para além das proposituras enviadas pelo correio e a possibilidade de assinatura digital, outras assinaturas “têm sido recolhidas na rua, por apoiantes da candidatura, garantindo todas as condições de segurança sanitária”, devido à pandemia.

“Nestes casos, os apoiantes da candidatura usam sempre máscara e é assegurada a desinfeção da prancheta antes de depois de cada assinatura. A caneta é utilizada por uma só pessoa, ficando com esta depois do preenchimento da declaração. As canetas são feitas de cartão reciclado”, descreve.

Marisa Matias, segundo a sua candidatura, tem estado nesta fase “a ouvir diversos setores sociais, das vítimas da crise à primeira linha que combate a pandemia”, tendo na semana passada realizado “um périplo pelo interior do país”.

Aquando do anúncio da candidatura, em 09 de setembro, Marisa Matias assumiu-se como “candidata frente a frente com Marcelo Rebelo de Sousa” e marcou a diferença em relação ao atual Presidente da República, prometendo uma “campanha contra o medo”.

No Largo do Carmo, em Lisboa, perante uma plateia unicamente constituída por profissionais da linha da frente no combate à pandemia e sem figuras do BE, Marisa Matias explicou que se volta a candidatar ao Palácio de Belém porque para fazer uma “campanha contra o medo”, apresentando-se como “socialista, laica e republicana”, que vai à luta pelas suas ideias, “ao lado de quem não desiste de Portugal”.

Apesar dos caminhos onde se encontra com o atual chefe de Estado, como o apoio aos sem-abrigo ou aos cuidadores informais, a eurodeputada do BE assinalou que discorda de Marcelo “em questões essenciais”, pedindo “o voto sobre essa diferença”.

Marisa Matias volta a apresentar-se à corrida eleitoral para o Palácio de Belém, depois de em 2016 a eurodeputada e dirigente do BE ter conseguido o melhor resultado de sempre de um candidato presidencial da área política bloquista, ficando em terceiro lugar, com 10,12% dos votos.

Esta será a quarta vez que Marisa Matias irá protagonizar uma candidatura bloquista, tendo duas sido como cabeça de lista ao Parlamento Europeu (2014 e 2019) e a outra como candidata apoiada pelo BE às últimas presidenciais.

A dois meses das eleições presidenciais, marcadas hoje para 24 de janeiro, são oito os pré-candidatos ao cargo de Presidente da República atualmente ocupado por Marcelo Rebelo de Sousa, que ainda não anunciou se irá recandidatar-se.

LUSA/HN

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