Da mesma forma, o pico da prevalência – número de casos ativos – terá sido atingido no final de novembro, tal como o pico de internamentos.
O modelo desenvolvido estima agora uma curva descendente até ao final do ano, com 3.200 novos casos diários pelo Natal e 2.900 casos no final do ano.
Também o número de internados deverá reduzir-se em cerca de 20% até ao final do ano, com o modelo a apontar para cerca de 2.800 internados a 25 de dezembro e 2.600 uma semana mais tarde. Tendência idêntica para o número de internados em Unidades de Cuidados Intensivos, com uma previsão de 420 camas ocupadas por altura do Natal e de 400 no final do ano. Já em relação ao número de óbitos, deverão ser contabilizados 900 a 1.000 óbitos adicionais até 31 de dezembro.
Estado de emergência não afetou hábitos de mobilidade dos portugueses
Os dados do mesmo trabalho revelam que a presença dos trabalhadores nos seus locais de trabalho se manteve praticamente inalterada, mesmo após a declaração do estado de emergência, a 24 de novembro, que decretou a obrigatoriedade do teletrabalho, sempre que possível. A presença dos portugueses nos seus locais de trabalho é, desde o início de outubro, cerca de 12% inferior à registada nos dois primeiros meses do ano, mantendo-se em níveis constantes desde o início de outubro.
É em Lisboa e Setúbal que se registam as maiores quebras na presença no local de trabalho, com quebras acima dos 20% face ao período de referência. No extremo oposto surgem Guarda, Viseu e Viana do Castelo, que registam quebras abaixo dos 10%. No entanto, em qualquer destes casos a presença no local de trabalho não sofreu alterações significativas no último mês.
Em contrapartida, os portugueses passaram a frequentar menos os estabelecimentos de retalho e diversão, supermercados e farmácias, os parques e os transportes públicos. “A mobilidade dos portugueses reduziu-se significativamente durante o mês de outubro, mas tem estado estabilizada no último mês”, nota Pedro Simões Coelho, professor catedrático da NOVA IMS e um dos coordenadores do COVID-19 Insights. “Tratou-se de um movimento voluntário, que levou à retração da mobilidade dos portugueses perante o enorme aumento no número de novos casos diários, mas que não se intensificou após a declaração do estado de emergência”, acrescenta o especialista.
PR/João Marques
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