Bombeiros do Porto dizem que custos com equipamentos põe em causa socorro

21 de Janeiro 2021

Os bombeiros do distrito do Porto já canalizaram um milhão de euros para equipamentos de proteção e desinfeção de veículos, algo que competia ao Estado e que pode “comprometer” o socorro às populações, afirmou esta quinta-feira o presidente da Federação.

Em comunicado, o presidente da Federação dos Bombeiros do distrito do Porto, José Morais, disse que a situação está “insustentável”, depois de nos últimos cinco meses terem investido um milhão de euros na segurança dos operacionais.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) entregou equipamentos no valor de 254 mil euros aos bombeiros do Porto, tendo estes tido de comprar mais e canalizado para os mesmos 905 mil euros, ressalvou.

A estes 905 mil euros acresce 191 mil euros para a desinfeção de veículos, reforçou.

“Face à crescente solicitação de ações de socorro e perante o agravar da situação pandémica, os Bombeiros esperam da tutela o reforço das equipas nas suas unidades, através de instrumentos de requisição civil”, afirmou.

José Morais apela ainda à ANEPC para o reforço de equipamentos de proteção e ao Governo para a necessidade de um apoio extraordinário às associações humanitárias.

A estes pedidos, o presidente acrescenta o processo de vacinação que espera que seja iniciado com urgência para mitigar o risco acrescido a que os bombeiros estão diariamente expostos.

“O Governo não está a tratar os Bombeiros à dimensão e grandeza do serviço que prestam, da responsabilidade e compromisso que têm no quotidiano da nossa sociedade”, sublinhou.

O presidente da Federação vincou que, ao invés de outras entidades e instituições, os bombeiros continuam a prestar socorro sem que esteja iniciada a vacinação aos elementos que constituem os seus quadros ativos.

E, tal como numa guerra, os bombeiros estão “entre o inimigo e a primeira trincheira”, acrescentou.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 9.465 pessoas dos 581.605 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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