Global Risk Report coloca pandemias no topo dos riscos identificados

22 de Janeiro 2021

O Global Risk Report, um trabalho elaborado em parceria com a Marsh & McLennan Companies e o Zurich Insurance Group, destaca futuras pandemias como o principal fator de risco para a economia e sociedade.

O relatório, elaborado anualmente, alerta para as possíveis repercussões de uma pandemia há mais de 15 anos e defende que, caso os países se tivessem preparado, o impacto da presente pandemia de Covid-19 teria sido bem menor.

De acordo com Saadia Zahidi, Managing Director do World Economic Forum, “Em 2020, o risco de uma pandemia global tornou-se uma realidade, algo que este relatório tem vindo a destacar desde 2006. Sabemos o quão difícil é para governos, empresas e outros stakeholders abordar estes riscos a longo-prazo, mas a lição para todos nós passa por reconhecer que ignorar estes riscos não faz com que a probabilidade de acontecerem seja menor. À medida que governos, empresas e sociedades começam a emergir da pandemia têm de agora, e de forma célere, moldar a nova economia e os sistemas sociais para que melhorem a nossa resiliência coletiva e a capacidade de responder a choques, enquanto reduzem a desigualdade, melhorando a saúde e protegendo o planeta. Para ajudar a responder a este desafio, o evento que se realiza na próxima semana, The Davos Agenda, irá mobilizar líderes globais para definir os princípios, políticas e parcerias necessárias neste novo contexto”.

O relatório reflete, ainda, sobre as respostas a dar ao COVID-19, identificando lições para aumentar a resiliência global. Estas lições incluem a elaboração de abordagens analíticas, incentivando os melhores gestores de risco a construir confiança através de uma comunicação clara e consistente e a criar novas formas de parceria. Os riscos-chave destacados neste relatório são complementados com recomendações para apoiar países, empresas e a comunidade internacional a agir perante os riscos transversais, ao invés de reagir. O relatório termina com uma visão geral dos “riscos fronteiriços” – com nove eventos de elevado impacto e baixa probabilidade elaborados por especialistas em exercícios de previsão – que incluem a reversão geomagnética, guerras acidentais e exploração de interfaces cérebro-máquina.

“A aceleração da transformação digital promete trazer grandes benefícios, como por exemplo, a criação de cerca de 100 milhões de novos postos de trabalho em 2025. Ao mesmo tempo, a digitalização pode deslocar cerca de 85 milhões de postos de trabalho e, uma vez que 60% dos adultos ainda carece de competências digitais, o risco está no agravamento das desigualdades existentes,” refere Peter Giger, Group Chief Risk Officer do Zurich Insurance Group. “O maior risco a longo-prazo continua a ser a incapacidade de agir sobre as alterações climáticas. Não havendo vacina contra os riscos climáticos, os planos para a recuperação pós-pandémica devem focar-se no alinhamento entre crescimento e as agendas de sustentabilidade para reconstruir um mundo melhor”.

O relatório classifica vários tipos de risco que enquadra a curto prazo (0 a 2 anos), médio prazo (3 a 5 anos), e longo prazo (5 a 10 anos). Na primeira categoria destacam-se as doenças infeciosas como a crise de Covid-19, seguem-se as crises de subsistência, o clima extremo, medidas de cibersegurança e a desigualdade digital.

A  médio prazo o relatório salienta uma possível explosão da bolha de ativos, o colapso das Infraestruturas de tecnologias da informação, a instabilidade de preços, o choque nos preços dos produtos (commodities) e possíveis futuras crises da dívida.

A longo prazo as preocupações focam-se na utilização de armas de destruição em massa, o colapso de Estados, a perda da biodiversidade, avanços tecnológicos adversos e crises de recursos naturais.

JM/PR

 

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