As mesas de voto, que este ano são mais para evitar grandes concentrações de pessoas, abrem às 08:00 e encerram às 19:00.
No total, estavam inscritos nos cadernos eleitorais 10.865.010 eleitores à data de referência de 31 de dezembro.
Desses, mas mais de 133 mil já votaram antecipadamente no passado domingo e quase 13 mil inscreveram-se para um regime extraordinário de recolha de votos que decorreu esta semana, além dos 1,5 milhões recenseados no estrangeiro que começaram a votar no sábado.
Segundo as regras definidas pela Direção-Geral da Saúde para as eleições, para ir votar os eleitores terão de usar máscara e, preferencialmente, levar uma caneta, por uma questão sanitária e de higiene. Algumas câmaras municipais decidiram testar todos os elementos que estarão nas mesas de voto.
Este ano, as eleições decorrem com o país a viver sob confinamento geral devido à pandemia de covid-19 e, por isso, a abstenção é, mais do que nunca, o adversário invisível mais temido.
Especialistas ouvidos pela Lusa admitiram até que estas eleições possam registar uma abstenção recorde, entre os 60% e os 70%, devido ao medo da pandemia de covid-19, por um lado, mas também ao desinteresse dos eleitores e por haver um candidato favorito.
Ao longo dos últimos dias, Portugal tem registado diariamente mais de 10 mil casos de infeção, pelo que o receio em relação à atual situação epidemiológica pode representar um obstáculo na ida às urnas.
Por outro lado, alguns candidatos e partidos políticos têm alertado para as dificuldades dos emigrantes em países com confinamentos generalizados e dos eleitores doentes com covid-19 ou casos suspeitos que estejam em isolamento profilático.
A pensar no último caso, foi possível pedir, até dia 17, para votar antecipadamente sem sair de casa, através de um regime extraordinário de recolha de votos ao domicilio, que decorreu durante dois dias desta semana e incluiu também os idosos em lares.
No entanto, todos os cidadãos que tiveram diagnóstico de infeção pelo novo coronavírus ou que entraram em isolamento profilático a partir de dia 18 de janeiro já não puderam pedir o voto antecipado. Até sábado, só os casos confirmados eram quase 75 mil.
Além de representar um obstáculo para os eleitores, a pandemia da covid-19 também colocou desafios à formação de mesas de voto em alguns concelhos por falta de pessoas, mas o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Soreto de Barros, assegurou no sábado que estavam reunidas as condições para a constituição de todas as mesas de voto.
Em conferência de imprensa, o presidente da CNE reiterou também que votar nestas eleições “é seguro” e pediu aos eleitores que se informem antecipadamente em que local exercem o direito de voto.
Este ano, há mais mesas de voto – no total são 12.287 secções – e alguns locais foram alterados para espaços maiores, de forma a garantir a segurança devido à pandemia de covid-19.
Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre), que aparecem por esta ordem no boletim.
O boletim de voto conta, no entanto, com um nome a mais: o de Eduardo Baptista, logo o primeiro, cuja candidatura não foi aceite pelo Tribunal Constitucional por falta de assinaturas e, por isso, os votos nesta opção serão considerados nulos.
Em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito para suceder a Cavaco Silva no cargo de chefe de Estado na primeira volta, com um resultado de 52%, numas eleições em que a abstenção de 51,3% foi a segunda maior numas presidenciais desde 1976.
O candidato que obtiver mais de 50% dos votos será eleito já hoje chefe de Estado, mas caso contrário haverá uma segunda volta, a 14 de fevereiro, com os dois concorrentes mais votados.
Esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
Desde 1976, foram Presidentes António Ramalho Eanes (1976-1986), Mário Soares (1986-1996), Jorge Sampaio (1996-2006) e Cavaco Silva (2006-2016). O atual chefe de Estado, eleito em 2016, é Marcelo Rebelo de Sousa, que se recandidata ao cargo.
NR/HN/LUSA
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