ONG moçambicana defende vacinação de ativistas de saúde

15 de Março 2021

O Observatório Cidadão para a Saúde (OCS), organização não governamental moçambicana (ONG), defendeu esta segunda-feira a inclusão de ativistas comunitários de saúde nos grupos prioritários na vacinação contra a Covid-19, porque "estão muito expostos à infeção pelo novo coronavírus".

O diretor do OCS, Jorge Matine, disse à Lusa que os ativistas de saúde contactam direta e constantemente com as unidades de saúde, ao transportarem medicamentos e informações para os pacientes incapacitados de percorrer grandes distâncias, devido a doenças como a Sida e a tuberculose.

São eles que também levantam fármacos para pessoas com deficiência física ou mental, acrescentou Jorge Matine.

“Estes ativistas têm, à semelhança de outros profissionais de saúde, sido expostos à covid-19. Têm sido reportados casos de contaminação de vários ativistas”, avançou.

A exposição ao novo coronavírus naquele grupo agrava-se ainda pelo facto de nunca terem recebido material de proteção, desde o início da pandemia em Moçambique, em março de 2020.

O diretor do OCS defendeu que o Ministério da Saúde deve traçar um plano coeso de vacinação de ativistas comunitários de saúde e elaborar uma lista dos beneficiários.

“Vacinar este grupo vai ajudar na prevenção de todos aqueles que diariamente lidam com os mesmos”, enfatizou Jorge Matine.

Em Moçambique, a primeira fase de vacinação contra a Covid-19 arrancou há uma semana e prevê a inoculação de cerca de 60 mil técnicos de saúde.

A operação está a ser viabilizada com o recurso a 200 mil doses de vacinas oferecidas ao país pela China, a primeira remessa recebida em Moçambique.

Após o arranque da primeira fase, chegou um reforço de 100.000 doses oferecidas pela Índia e 384.000 do mecanismo Covax, uma iniciativa impulsionada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em prol da vacinação dos países pobres.

Moçambique contabiliza um total acumulado de 725 mortes e 64.516 casos, dos quais 78% recuperados e 162 internados (a maioria em Maputo).

Lusa/HN

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