A presidente da instituição, Helena Albuquerque, considera “inaceitável” que esta situação continue sem orientações da tutela, com perdas significativas para as pessoas com deficiência mental.
“É lançado o desconfinamento gradual no dia 11 de março, mas para nós foi uma surpresa não existirem orientações para os utentes dos lares residenciais, que estão todos vacinados, em segurança”, disse a dirigente à agência Lusa.
Helena Albuquerque adiantou que a Humanitas enviou à tutela uma carta a solicitar que os utentes dos lares que estão vacinadas “possam retomar a sua vida relativamente normal e frequentar os CAO, que vão abrir a 05 de abril”.
“Neste momento, é o encerramento do Estado que coloca em causa os direitos das pessoas com deficiência”, sublinhou.
Segundo a presidente da Humanitas, as pessoas com deficiência mental dos lares residenciais “têm de voltar o mais rápido possível aos CAO”, porque estão emocionalmente afetadas por estarem em isolamento há muito tempo e existem “perdas significativas das suas capacidades, já que não são pessoas normais”.
“Estão há um ano fechados nos lares residenciais, com pouco estímulo, com uma saúde mental completamente desequilibrada e com perdas de capacidades irreversíveis nalguns casos”, frisou Helena Albuquerque.
A presidente da Humanitas salientou que existe “um problema de estímulo daquelas pessoas, apesar de alguns técnicos dos CAO irem pontualmente aos lares fazer reabilitação”.
Para a dirigente, a situação “é muito dramática, com os utentes numa apatia que é preciso romper”.
“Eles têm de regressar à sua vida normal, com todos os cuidados, naturalmente”, defendeu Helena Albuquerque, lamentando que a tutela ainda não tenha emitido as orientações “que já deviam ter chegado”.
“Pretendemos orientações para esta população regressar aos CAO logo que abram, no dia 05 de abril, e que sejam vacinados todos os outros utentes dos CAO, para que possam estar todos em segurança”, acrescentou.
A Humanitas, com sede em Lisboa, representa 40 instituições ligadas à deficiência intelectual, que, nos seus lares residenciais, têm 1.200 pessoas em isolamento há um ano, logo a seguir ao primeiro confinamento, num universo de 3.200 utentes que frequentam os CAO, dos quais 900 frequentam as duas valências.
LUSA/HN
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