Comissão Europeia garante que critérios de exportação mais apertados não afetam contributos para Covax

25 de Março 2021

A revisão do mecanismo de transparência e autorização de exportações de vacinas contra a Covid-19 prevê a continuação dos contributos europeus para o Covax, o sistema de acesso global às vacinas, garantiu esta quinta-feira a comissária europeia da Saúde.

“O fortalecimento dos nossos critérios de autorização de exportação não vai afetar de nenhuma maneira as nossas contribuições para o Covax”, afirmou Stella Kyriakides, responsável pelas áreas de Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia, reiterando a necessidade de uma colaboração global: “Temos de nos basear no princípio mais humano de que ninguém está seguro até todos estarmos seguros”.

E acrescentou: “Revimos os mecanismos de transparência de exportação de forma a garantir proporcionalidade e reciprocidade na distribuição de vacinas. A abertura tem de ter dois sentidos e a nossa abertura é um convite aos outros para se abrirem. A Europa vai continuar a ser o líder mundial na produção de vacinas. Vamos continuar a proteger os cidadãos e estamos totalmente comprometidos com a solidariedade global”.

Numa intervenção realizada na conferência “Reforçar o papel da UE na Saúde Global”, realizada no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, a comissária europeia lembrou os mais de 120 milhões de pessoas infetadas e os quase três milhões de mortos em todo o mundo devido à pandemia, com “consequências sociais e económicas inimagináveis”, mas apontou para uma oportunidade no centro desta crise sanitária.

“Foi também um despertar para o papel fundacional da saúde nas nossas sociedades e nas nossas economias. Lembrou-nos de como estamos interligados e da importância de parcerias, colaborações e solidariedade global. Os nossos maiores desafios, como a Covid-19 ou as alterações climáticas, são desafios comuns e devemos enfrentá-los juntos”, frisou.

Sem deixar de enfatizar o papel da Europa no combate à Covid-19, como a angariação de quase 16 mil milhões de euros para “acesso equitativo a vacinas, diagnósticos e tratamentos” ou o “trabalho ativo” para o fortalecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) enquanto “parceiro vital” nesta pandemia, Stella Kyriakides alertou para a necessidade de “aprender as lições” desta doença.

“Esta não deverá ser a nossa última crise de saúde mundial nas nossas vidas e temos de estar preparados. Esta experiência traumática é uma oportunidade. Deu-nos uma oportunidade de sermos melhores, mais saudáveis e mais sustentáveis. Temos de aproveitar esta oportunidade e construir sistemas globais de saúde mais fortes, baseados na colaboração, no multilateralismo, na igualdade e nos direitos humanos”, sentenciou.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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