As entregas “serão atrasadas devido à falta de licenças de exportação para mais doses de vacinas produzidas pelo Serum Institute of India (SII), que deveriam ser enviadas em março e abril”, avançou um porta-voz da Aliança das Vacinas (GAVI) que gere o programa Covax em conjunto a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Coligação para Preparação de Inovações para Epidemias (CEPI).
Os atrasos na concessão de novas licenças de exportação devem-se “ao aumento da procura de vacinas” na Índia, que se confronta com um atraso da vacinação e com o ressurgimento de contágios, referiu.
Ainda assim, avançou o responsável, “a Covax está em negociações com o Governo indiano para garantir que as entregas são feitas o mais rapidamente possível”.
O sistema internacional Covax visa garantir uma distribuição equitativa de vacinas no mundo, tendo como objetivo fornecer doses de vacinas a 20% da população, de quase 200 países e territórios, este ano, e inclui um mecanismo de financiamento para ajudar 92 países desfavorecidos.
O acordo entre a GAVI e o SII implica que o instituto indiano é obrigado a fornecer à Covax doses da vacina AstraZeneca/Oxford (fabricada na Índia) para 64 países desfavorecidos, em troca de apoio financeiro para fortalecer as capacidades de produção, explicou o porta-voz da Aliança de Vacinas.
“O SII está empenhado em, paralelamente ao abastecimento da Índia, dar prioridade à solução multilateral Covax para uma distribuição equitativa” de vacinas, garantiu.
A Índia, o segundo país mais populoso do mundo, registou mais de 11,7 milhões de casos de Covid-19 e, no total, mais de 160 mil mortes, tornando-se o terceiro país mais afetado do mundo, depois dos Estados Unidos e do Brasil.
Maior fabricante de vacinas do mundo, o país lançou uma campanha ambiciosa para vacinar 300 milhões de pessoas até ao final de julho, mas está bastante atrasado, tendo vacinado apenas 50 milhões de pessoas até agora.
O aumento de nove mil infeções diárias em fevereiro para as atuais 40 mil ameaça o progresso feito.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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