Esta posição já foi, anteriormente, defendida pela Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, mas que o Governo “preferiu silenciar deixando de parte” estes doentes, sublinha o documento.
Os portadores de esclerose múltipla são “pacientes de altíssimo risco” não só por si, mas pelo risco de, em caso de contraírem o SARS-CoV-2, infetarem familiares, amigos, colegas de trabalho e doentes com quem fazem tratamentos, refere.
“Estamos severamente preocupados”, sublinha a petição.
Os signatários salientam que o tratamento com a generalidade dos fármacos modificadores da doença aumenta o risco de infeção, incluindo por vírus respiratórios comuns, pelo que é provável que o mesmo suceda com o SARS-CoV-2, embora até ao momento não haja dados nesse sentido.
“Contudo, a associação de agravamentos transitórios da doença (conhecidos como pseudo-surtos) com episódios infecciosos é bem conhecido, pelo que é de esperar que também possam acontecer com este vírus”, ressalva a petição.
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crónica, autoimune, inflamatória e degenerativa, que afeta o Sistema Nervoso Central.
O mecanismo da doença assenta num erro do sistema imunitário que leva a que a mielina (bainha que rodeia, alimenta, protege e isola eletricamente as extensões dos neurónios permitindo a rápida transmissão de impulsos) seja considerada como um corpo estranho e seja atacada.
A EM é duas a três vezes mais frequente nas mulheres, é potencialmente incapacitante e atinge sobretudo adultos jovens nas segundas e terceiras décadas de vida.
Estima-se que em todo o mundo existam cerca de 2.500.000 pessoas com EM e em Portugal mais de oito mil.
LUSA/HN
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