Professor Gorjão Clara. “Os velhos de hoje são, na sua maioria, autónomos, sem compromisso cognitivo e sentem-se saudáveis”

22 de Abril 2021

“Os Idosos são homens e mulheres, pais e mães que percorreram antes de nós as mesmas estradas, estiveram na mesma casa, travaram a mesma luta diária por uma vida digna"

O Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (NEGERMI) vai desenvolver uma campanha nacional contra os preconceitos contra a velhice, com o lema “Os Idosos são valiosos”.

De acordo com o Prof. João Gorjão Clara, coordenador do Núcleo, “todos os dias entram na Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) quatro queixas-crime por violência contra idosos. Em 30% dos casos, são os familiares próximos que exercem violência sobre os maiores”.

“A violência sobre os idosos, os preconceitos e os esterótipos sempre me preocuparam. Achei que, como coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria da SPMI, devia fazer uma campanha reforçando que os velhos não são dementes, nem doentes, nem dependentes. Os velhos de hoje são, na sua maioria, autónomos, sem compromisso cognitivo e sentem-se saudáveis”.

Esta campanha nacional visa também “fazer entender que a Geriatria não se limita à intervenção na prevenção e tratamento das doenças, mas tem também o dever de se preocupar com o reconhecimento dos direitos, a defesa do bem estar e da qualidade de vida dos idosos”, explica o primeiro professor  de Geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

A campanha consiste na divulgação de 12 filmes, em animação 3D, com 52 frases de personalidades públicas, incluindo o Papa Francisco, sobre a importância e o papel dos idosos na sociedade e contra os preconceitos contra a velhice.

Os suportes previstos para a divulgação da campanha são a RTP, a Rádio Renascença e as redes sociais da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (Facebook e Youtube). As frases vão ser lidas por Ana Zanati, com música de fundo do filme “A Canção de Lisboa” e imagens de avós com os netos.

“Os Idosos são homens e mulheres, pais e mães que percorreram antes de nós as mesmas estradas, estiveram na mesma casa, travaram a mesma luta diária por uma vida digna. São homens e mulheres de quem muito recebemos. Temos que despertar o sentimento coletivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça sentir o idoso como parte ativa da sua comunidade. O Idoso é cada um de nós, daqui a alguns anos”.
Papa Francisco

 

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