Embora muitos países, como Itália, Suíça, Bélgica, tenham já planeada a próxima fase de alívio das restrições, a maior economia da Europa está em contraciclo, ao ativar aquilo a que chama de “travão de emergência”.
No seu ‘podcast’ semanal, a chanceler alemã, Ângela Merkel, citada pela France-Presse (AFP), disse estar convencida de que as medidas mais ‘apertadas’ são necessárias “com urgência”.
“Se conseguirmos reduzir as infeções de forma rápida e drástica, será possível um alívio gradual no futuro próximo”, acrescentou a governante.
Para o Governo alemão, é fundamental assumir o controlo da gestão da pandemia, que já matou mais de 81.000 pessoas naquele país, e a terceira onda de infeções, marcada por uma rápida disseminação de variantes do vírus e que, segundo os virologistas, ainda não atingiu o seu pico.
As novas medidas incluem reduções adicionais nos contactos privados, o encerramento de lojas ou museus não essenciais e maior recurso ao teletrabalho.
No entanto, a medida mais criticada é o recolher obrigatório entre as 22:00 e as 05:00, com exceções em caso de obrigações profissionais.
O assunto é, porém, muito sensível num país que viveu duas ditaduras e a medida é mesmo considerada contrária à Constituição, em particular pelo Partido Democrático Liberal (FDP).
O Supremo Tribunal de Karlsruhe já recebeu 25 recursos contra a lei, de acordo com um porta-voz, como por exemplo, do partido Eleitores Livres (Freie Wähler), parceiro dos conservadores da CDU de Ângela Merkel no Governo da Baviera, que quer anular a imposição do recolher obrigatório e do encerramento de lojas.
Um porta-voz do Ministério do Interior aconselhou, na sexta-feira, pessoas que não têm motivos para viajar para que adiem os seus planos.
As regiões também se manifestaram muito céticas em relação ao recolher obrigatório, em particular o chefe do Governo de Hesse, Volker Bouffier, que considerou que a medida devia ser aplicada apenas localmente e “como último recurso”.
A Alemanha registou 23.392 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 286 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo os últimos dados do Instituto Robert Koch de virologia.
NR/HN/LUSA
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