“O que é certo é que estes enfermeiros estão a fazer horas e horas a mais. Temos aqui enfermeiros que estão desde o ano passado praticamente sem folgas e não gozaram férias. É disto que estamos a tratar”, apontou Alfredo Gomes.
Em conferência de imprensa, o dirigente sindical disse que, do que conhecem do terreno, “no mínimo, são precisos, pelo menos, mais 40 a 50 enfermeiros contratados pelo ACES Dão Lafões” para se juntarem aos atuais 220.
Alfredo Gomes lembrou que o Ministério da Saúde “tinha assumido o compromisso de, até 31 de março, fazer um levantamento, junto das instituições, de todas as necessidades” existentes em cada ACES.
“Tivemos uma reunião no dia 06 de abril com a ARS [Administração Regional de Saúde] Centro que nos disse, em 06 de abril, já depois do prazo dado pelo Ministério, que ainda não tinha feito esse levantamento”, contou.
Neste sentido, Alfredo Gomes disse que “há concursos e um compromisso via Orçamento do Estado de admitir mais mil enfermeiros durante o ano de 2021, sendo que metade seria no primeiro semestre”.
“E em abril esses dados ainda não estão levantados. Estamos mesmo a ver como é que esta admissão vai ser feita, vai ser devagarinho e a passo de caracol e isso é que nós não queremos, porque é urgente, não é para hoje, era para ontem que eles eram necessários”, reivindicou.
Este responsável adiantou que a pandemia “só veio agravar os problemas e mostrar à opinião pública o porquê das reivindicações” que o sindicato “anda a fazer desde antes da pandemia” de Covid-19.
Entre as reivindicações estão “o descongelamento das progressões, a questão da atribuição de pontos para efeito de descongelamento que a ARS Centro e este ACES Dão Lafões ainda não concretizou a muitos enfermeiros”.
“Para além disso, o que nos move hoje também aqui é uma questão muito importante, porque estamos em frente a um centro de vacinação em que estão enfermeiros a trabalhar e a vacinar e cujo [ACES] Dão Lafões tem uma carência grave de enfermeiros”, reforçou.
Alfredo Gomes disse que na região afeta ao ACES Dão Lafões “dois terços da população não têm acesso a cuidados domiciliários, por falta de enfermeiros, mais de 90% não tem direito a saúde mental nem a cuidados de enfermagem de reabilitação, porque não há enfermeiros”.
A conferência de imprensa aconteceu em frente ao centro de vacinação de Viseu, onde Alfredo Gomes disse haver um enfermeiro “com 15 anos de profissão, com uma especialização e nomeado em funções de gestão, ou seja, chefia uma equipa, e mantém-se na primeira posição remuneratória”, exemplificou.
LUSA/HN
0 Comments