Merkel pede aos EUA que abram o “mercado” e permitam exportações de vacinas

8 de Maio 2021

A chanceler alemã, Angela Merkel, reiterou este sábado a oposição ao levantamento das patentes das vacinas contra a Covid-19 e pediu aos Estados Unidos que abram o "mercado" para permitir as exportações.

“Desejo que agora que grande parte da população norte-americana já foi vacinada, possamos ter uma livre troca de componentes e também uma abertura do mercado de vacinas”, disse a chanceler, numa conferência coletiva, destacando que a União Europeia exporta “uma grande parte” da sua produção de vacinas.

“A União Europeia sempre exportou grande parte da sua produção para o mundo e, por isso, tal também deve tornar-se a regra, por assim dizer”, argumentou Merkel, citada pela agência France-Presse.

Para a chanceler alemã, a questão principal é “levar o mais rápido possível o maior número possível de vacinas ao maior número de pessoas no mundo” e, para isso, “é preciso conceder licenças”, tal como “está a acontecer em grande escala.”

Ao mesmo tempo, frisou, é “muito importante que os detentores de patentes também monitorizem a qualidade da produção”.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, também pediu hoje aos “anglo-saxões” que parem de “bloquear” as exportações.

Macron sublinhou que de 110 milhões de doses produzidas na Europa, a UE exportou 45 milhões e guardou 65 milhões e lamentou que “100% das vacinas produzidas nos Estados Unidos da América vão para o mercado norte-americano”.

A chanceler alemã também reiterou a sua oposição ao levantamento das patentes de vacinas, proposto pelo governo dos EUA, liderado por Joe Biden.

“Esclareço mais uma vez que não acredito que o levantamento de patentes seja a solução para disponibilizar vacinas a mais pessoas”, disse Merkel, explicando acreditar que “a criatividade e a inovação empresarial são necessárias” e isso, sustentou, “inclui as patentes”.

O Papa Francisco apoiou hoje a proposta de suspender as patentes de vacinas contra a Covid-19, a fim de acelerar a distribuição de vacinas aos países pobres.

LUSA/HN

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