“Mesmo não estando lá dentro, o nosso coração está ao pé da Nossa Senhora”, disse à agência Lusa Domingas Rodrigues, da Cova de Moura, enquanto decorriam as celebrações, presididas pelo cardeal Tolentino Mendonça.
Depois de um dia de trabalho, Domingas Rodrigues e as amigas meteram-se numa carrinha e saíram em direção a Fátima, esperançadas em conseguir entrar no recinto e ocupar os círculos pintados no chão para os peregrinos.
“Estivemos à espera de uma e de outra e acabámos por chegar um pouco atrasadas. Ficámos desiludidas, mas trazemos a nossa fé. Entregámos a Nossa Senhora o que nós trazemos e ela vai-nos ouvir”, afirmou, confiante.
Anualmente, o grupo de amigas desloca-se à Cova da Iria “umas cinco ou seis vezes” e, só este mês, já é a segunda vez.
“É sempre que sentimos necessidade de partilhar as nossas dores com ela”, justificou.
António Pinto, de Valongo, também chegou a Fátima acompanhado de um grupo de sete amigos, carregando uma imagem de Nossa Senhora de Fátima nos braços, ao longo de 220 quilómetros percorridos a pé.
O cenário com que se deparou numa das entradas do recinto do santuário, com centenas de pessoas com velas acesas e a rezar, não lhe agradou.
“Não conseguimos entrar, mas reparámos que há muitos lugares por ocupar lá dentro. Deviam ter deixado entrar mais pessoas”, considerou.
António Pinto já fez 44 peregrinações desde os seus 28 anos: “no ano passado vim em maio e em outubro e agora estou cá em maio e trago esta mãe comigo nos meus braços”.
Aos 60 anos, o que pede à Virgem de Fátima é “amor e paz no mundo”, mas admitiu que as suas promessas já se ficaram a dever a interesses “mais egoístas”, como salvar a mulher ou permitir-lhe ser pai.
“A mãe tem-me dado muitas graças e estarei cá para lhe agradecer sempre enquanto puder”, garantiu.
Também Denise Sequeira e Maria da Luz, da Póvoa de Santa Iria, ficaram do lado de fora do recinto, sentadas a ouvir as celebrações através de uns auscultadores.
“Não contávamos que enchesse, porque ontem (terça-feira) não estava quase ninguém. Não se via ninguém em Fátima”, contou Maria da Luz.
O recinto do santuário atingiu às 20:25 de quarta-feira a lotação máxima de 7.500 pessoas, estabelecida devido à pandemia de covid-19, segundo fonte oficial da instituição.
Em 2020, devido à pandemia, a peregrinação de 12 e 13 de maio ao Santuário de Fátima realizou-se sem fiéis, o que aconteceu pela primeira vez na história do templo mariano.
Na peregrinação de outubro não tinha sido atingido o limite estipulado de 6.000 pessoas.
NR/HN/LUSA
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