GAT reforça serviços de rastreio na Península de Setúbal

14 de Maio 2021

O Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT)  prevê inaugurar, no próximo mês de julho, um serviço de rastreio confidencial e gratuito dirigido a migrantes, pessoas que usam drogas, homens que têm sexo com homens e trabalhadores do sexo, no Bairro da Bela Vista, em Setúbal.

“É a primeira resposta do GAT, em instalações fixas, na Margem Sul”, refere Mariana Vicente, diretora geral de Serviços e Projetos do GAT, depois do reforço que significou a aquisição de uma segunda unidade móvel, que se juntou à “Move-se”, a primeira do GAT na Península de Setúbal.

A “Move-se” é uma unidade móvel de saúde comunitária que começou a disponibilizar atendimento em 2015. Designadamente, a efetuar o rastreio rápido, anónimo, confidencial e gratuito do VIH, hepatite B, hepatite C e sífilis, a proporcionar aconselhamento sexual e referenciação aos cuidados de saúde.

Mariana Vicente assinala que “a Move-se dava resposta aos concelhos de Almada, Seixal e Setúbal mas era claramente insuficiente, até porque a população da Move-se é essencialmente constituída por migrantes, muitos deles em situação irregular e de grande vulnerabilidade, utilizadores de drogas e pessoas que fazem trabalho sexual. Enquanto que, em Lisboa, existem serviços direcionados para as diferentes populações-alvo, a Move-se acolhe toda a gente”.

A segunda unidade móvel “vai ser partilhada entre a equipa da Margem Sul, dois ou três dias por semana, e a equipa de Lisboa, por exemplo, do GAT’Afrik e do IN-Mouraria, que também precisam de estar no terreno”.

O GAT’Afrik é um serviço de respostas integradas, confidencial e gratuito, dirigido à população migrante de origem africana e a todos aqueles que se encontrem em situação irregular e vulnerável, com dificuldades no acesso à saúde. Por seu turno, o IN-Mouraria é um centro de base comunitária dirigido a pessoas que usam drogas (PUD) para o rastreio rápido do vírus da imunodeficiência humana (VIH), hepatite B, hepatite C e sífilis, com a finalidade de reduzir os riscos e danos associados ao consumo de drogas.

Mariana Vicente explica ainda que “somos o parceiro comunitário na implementação do Fast Track Cities em Almada, tal como o somos em Lisboa”. No âmbito dessa estratégia, “durante dois dias por semana, podemos dispor da unidade móvel de saúde da Câmara Municipal de Almada, para fazer o rastreio no concelho”.

Para além da referenciação para os hospitais, organizações que dispõem de respostas sociais ou para os serviços do próprio GAT, em Lisboa, aquela responsável sublinha os protocolos celebrados com unidades de saúde familiar da Margem Sul para as questões relativas ao Registo Nacional de Utente (RNU) e à referenciação. Paralelamente, “estamos a tentar implementar, em conjunto, consultas-piloto sobre Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST) para que exista também essa resposta a nível dos cuidados de saúde primários”.

HN/Adelaide Oliveira

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