Marta Temido presidiu hoje, a partir de Lisboa, a uma reunião de ministros da Saúde da UE na qual “foi possível encontrar uma visão comum dos Estados-membros relativamente à abordagem maioritária de que as compras conjuntas deverão prosseguir em 2022 e 2023”.
As vacinas adquiridas em conjunto pelos 27 deverão ser “representativas de uma opção larga de tecnologia vacinal”, ou seja, seguindo “uma estratégia de manutenção do portefólio de vacinas com tecnologia do RNA mensageiro”, por exemplo, acrescentou a ministra, que falava em conferência de imprensa após a reunião, no Centro Cultural de Belém (CCB), sede da presidência portuguesa do Conselho da UE.
A Comissão Europeia assinou hoje o terceiro contrato com a BioNTech/Pfizer para a aquisição de 1.8 mil milhões de doses da vacina Comirnaty (nome comercial da vacina produzida por esta aliança germânica-americana), que assenta precisamente na tecnologia do RNA mensageiro, que transfere instruções do ADN para os mecanismos celulares responsáveis pela produção de proteínas.
“Este contrato de nova geração irá exigir que a produção seja baseada na UE e que componentes essenciais sejam obtidos dentro da UE. O contrato estipula também que a partir do início do fornecimento, no começo de 2021, a entrega à UE esteja garantida, ao mesmo tempo que será mais fácil revender ou doar as vacinas”, afirmou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, que participava na mesma conferência de imprensa, por via remota.
A comissária garantiu que “quaisquer outros contactos de segunda geração seguirão este modelo” que inclui “disposições específicas para revendas e doações” para que a UE possa “partilhar vacinas com todo o mundo” de uma forma “mais flexível e com menos burocracia”.
Questionada pelos jornalistas sobre a renúncia da Hungria à aquisição conjunta de vacinas contra a Covid-19 por parte da UE, hoje anunciada pelo ministro do Interior húngaro, Gergely Gulyás, Stella Kyriakides confirmou a decisão e sublinhou que “só a Hungria pediu para não fazer parte deste contrato”.
“Todos os outros Estados-membros terão oportunidade de comprar vacinas ao abrigo deste novo contrato. O comité executivo discutiu abertamente esta questão e fomos informados sobre isto”, acrescentou.
A Hungria justificou a decisão afirmando que já tem “reservas suficientes” – mais de 10 milhões, de acordo com o ministro do Interior – para administrar doses de vacinas contra a Covid-19 até à segunda metade de 2022.
A vacina da BioNTech/Pfizer é uma das quatro aprovadas na UE, à qual se juntam os fármacos da Moderna, Vaxzevria (novo nome do fármaco da AstraZeneca) e Janssen (grupo Johnson & Johnson).
A comissária europeia sublinhou ainda que “a situação epidemiológica está melhor em toda a UE desde meados de abril”, tendo sido registada uma diminuição de 39% de novos casos de Covid-19.
“Atualmente, 40% da população adulta da UE já recebeu pelo menos uma dose da vacina e 17% está inteiramente vacinada. Mais de 20 milhões de vacinas estão a ser administradas semanalmente na UE comparativamente com poucas centenas de milhares nas semanas de janeiro”, acrescentou.
Este número “vai continuar a aumentar”, garantiu a responsável, apontando para o aumento da produção de vacinas e para a aceleração do processo de entrega, que permitirá aos cidadãos “olhar para o futuro com mais confiança e olhar para o verão com um otimismo cauteloso”.
LUSA/HN
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