Confederação do Turismo considera “desastrosa” saída da “lista verde” britânica

4 de Junho 2021

A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) considerou esta quinta-feira “desastrosa” para o turismo português a decisão do Reino Unido de retirar Portugal da “lista verde” de viagens.

“Esta é uma notícia muito preocupante e penalizadora, não só para o turismo, mas também para a economia nacional, já que estamos a falar da principal atividade exportadora do país”, afirma a CTP em comunicado.

A CTP salienta que “a retoma que se iniciou nas últimas semanas com a chegada dos turistas ingleses”, principal mercado do turismo nacional, “vai ser abruptamente interrompida durante, pelo menos, três semanas”.

“O impacto nas reservas, sobretudo no Algarve, será gigantesco, numa fase em que as empresas se preparavam para um aumento da procura turística com reforço da oferta e de recursos humanos. Todo esse investimento será perdido”, afirma Francisco Calheiros, presidente da CTP, citado na nota.

O Ministério dos Transportes britânico anunciou ontem que Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores, vai deixar a “lista verde” de viagens internacionais a partir do Reino Unido na terça-feira às 04:00.

Segundo o Ministério, Portugal passa para a “lista amarela” para “salvaguardar a saúde pública contra variantes preocupantes” e proteger o programa de vacinação britânico.

Num comunicado, o Governo britânico refere que, de acordo com a base de dados europeia GISAID, foram identificados em Portugal 68 casos da variante B1.617.2, identificada pela primeira vez na Índia, denominada pela Organização Mundial de Saúde por variante Delta, “com uma mutação adicional potencialmente prejudicial”. A direção geral de Saúde de Inglaterra (Public Health England) está a investigar esta variante e mutação para perceber melhor se ela pode ser mais transmissível e mais resistente às vacinas.

O Governo britânico diz também que a taxa de positividade dos testes ao novo coronavírus em Portugal é quase o dobro daquela registada há cerca de um mês, ultrapassando a média nacional no Reino Unido. Os países na “lista amarela” estão sujeitos a restrições mais apertadas, nomeadamente uma quarentena de 10 dias na chegada ao Reino Unido e dois testes PCR, no segundo e oitavo dia, como já acontece com a maioria dos países europeus, como Espanha, França e Grécia.

A “lista verde” isenta de quarentena os viajantes que cheguem a território britânico, enquanto a “lista vermelha” exige quarentena de 10 dias num hotel designado, além de dois testes PCR.

Na atualização das listas de viagens internacionais publicada, o Ministério dos Transportes britânico adicionou à “lista vermelha” o Afeganistão, Bahrein, Costa Rica, Egito, Sri Lanka, Sudão e Trinidad e Tobago. O Executivo britânico reitera também o apelo aos britânicos para que não viajem para destinos da “lista amarela” de forma a proteger a saúde pública porque a “prevalência de variantes preocupantes e às taxas gerais de coronavírus são maiores”.

O sistema de semáforo é baseado em quatro critérios: as taxas de vacinação, o número de casos, a prevalência de “variantes preocupantes” e a qualidade dos dados de testagem.

De acordo com dados do Governo britânico, desde o início da pandemia morreram quase 128 mil pessoas morreram no Reino Unido, o pior índice de mortalidade na Europa.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.693.717 mortos no mundo, resultantes de mais de 171,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.029 pessoas dos 851.031 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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