ONU alerta que um terço da população do Chade necessita de ajuda humanitária urgente

4 de Junho 2021

Um terço da população do Chade, 5,5 milhões de pessoas, “necessita de assistência humanitária urgente”, anunciou esta sexta-feira a ONU, instando a comunidade internacional a libertar rapidamente fundos adicionais para os mais vulneráveis.

O Chade, localizado quase inteiramente na região do Sahel, “enfrenta três crises humanitárias”, alertaram as Nações Unidas e o governo do país numa declaração conjunta.

Estas crises colocam 4,6 milhões de pessoas em insegurança alimentar, incluindo quatro milhões de crianças com menos de 5 anos, e 1,7 milhões sem acesso regular a serviços de saúde.

O Chade alberga, por outro lado, um milhão de deslocados e refugiados, mais de 500 mil do vizinho Sudão, da República Centro-Africana e da Nigéria, a maioria dos quais estão no país há mais de 10 anos.

Àquele milhão de deslocados e refugiados de países vizinhos, juntam-se 460 mil pessoas deslocadas internamente.

N’djamena e a ONU lançaram hoje um Plano de Resposta Humanitária (PRH) de 617,5 milhões de dólares (507 milhões de euros) para 2021, mais 13% do que em 2020.

Menos de 50 milhões de dólares (41 milhões de euros) foram desembolsados até agora pela comunidade internacional, apenas 8% das necessidades.

“Precisamos urgentemente de mais fundos”, afirmou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), para intervenções rápidas nas áreas da nutrição, saúde, abrigo e educação.

O apelo surge quando o Chade está sob escrutínio da comunidade internacional, que ameaçou a imposição de sanções quando uma junta militar substituiu o Presidente Idriss Déby Itno, alegadamente morto numa batalha com os rebeldes em abril último, após 30 anos no poder, de acordo com a própria junta militar.

Mahamat Idriss Déby, filho do falecido presidente, assumiu o cargo de chefe de um Conselho Militar de Transição (TMC) e dissolveu imediatamente o governo e o Parlamento chadiano, revogou a Constituição do país, prometendo ao mesmo tempo eleições “livres e democráticas” no final de um período de 18 meses renovável uma vez.

A União Africana e a União Europeia exigiram uma transição limitada a 18 meses, conducente a novas eleições inclusivas e credíveis.

LUSA/HN

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