A lava libertada durante a erupção, em 22 de maio, causou 32 mortes, e destruiu, segundo a União Europeia, as casas de pelo menos 21.000 pessoas, derreteu as principais condutas de água da cidade e um reservatório de 5.000 metros cúbicos, expondo milhares de habitantes a doenças transmitidas pela água.
“A cólera é particularmente perigosa para os jovens, os idosos e os subnutridos, pelo que um surto pode ter consequências desastrosas para as crianças”, alertou Hye Sung, especialista em situação de emergência do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), numa declaração divulgada hoje.
Duas semanas após a catástrofe natural, o número de distritos da cidade sem abastecimento de água foi reduzido de 12 para quatro, graças à instalação de uma válvula de desvio, e espera-se que apenas dois fiquem sem água quando uma segunda válvula for instalada no final desta semana.
Dos cerca de 450.000 congoleses deslocados pela erupção e atividade sísmica do Nyiragongo, mais de 160.000 já tinham regressado a Goma em 02 de junho, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Esta segunda-feira, o primeiro-ministro congolês, Jean-Michel Sama Lukonde, anunciou o regresso gradual de milhares de pessoas deslocadas, para as quais “um hospital militar móvel bem equipado, capaz de prestar cuidados de apoio às estruturas de saúde existentes” será colocado à disposição.
No domingo, o diretor do Observatório Vulcanológico de Goma, Celestin Kasereka Mahinda, disse em declarações à agência Efe que “não há risco, por enquanto” de o Nyiragongo voltar a entrar em erupção, mas os especialistas continuam a “acompanhar de perto a situação”.
O Nyiragongo, um dos vulcões mais ativos do mundo, entrou em erupção inesperadamente em 22 de maio, após meses sem supervisão científica por parte do Observatório devido à falta de fundos, e devastou a periferia de Goma, capital da província do Kivu Norte, localizada a pouco mais de dez quilómetros do vulcão.
LUSA/HN
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