“As verbas disponibilizadas por entidades multilaterais para ajudar a combater a pandemia deviam ir para proteção social, revitalização da economia e estabilização macroeconómica, mas as prioridades foram alteradas e corruptamente Moçambique continuou com o mesmo padrão de governação de corrupção, entregando o dinheiro às elites, às grandes empresas, em vez de dar às famílias”, disse Adriano Nuvunga.
O dirigente da ONG moçambicana falava na conferência ‘online’ sobre “A Pandemia da Dívida: Que Impactos para Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique?”.
Na conferência, organizada pela Associação para a Cooperação Entre os Povos (ACEP) e a Plataforma Portuguesa das organizações não-governamentais para o Desenvolvimento (ONGD), o ativista disse que esta utilização das verbas “é consistente com o padrão dos últimos 30 anos, em que os recursos públicos são usados para o enriquecimento das elites e empobrecimento das populações, e consolidou-se mesmo em tempos de crise”.
Na opinião do diretor da ONG, “Moçambique perdeu a oportunidade porque manteve o padrão de marginalização da população e perpetuou o oportunismo das elites”.
O país, acrescentou, já tinha o setor da saúde “em semicolapso mesmo antes da pandemia de Covid-19, e perdeu a capacidade de recuperar e gerar receitas, já que a Covid-19 atrofiou não só a governação, mas também a capacidade produtiva da sociedade”.
África registou mais 388 mortos devido à Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 133.174 óbitos, e mais 12.852 casos, com o número de infetados a subir para 4.951.177, segundo os dados oficiais mais recentes.
O primeiro caso de Covid-19 em África surgiu no Egito, em 14 de fevereiro de 2020, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
Moçambique contabiliza 839 mortes e 71.165 casos de Covid-19.
A pandemia de provocou, pelo menos, 3.750.028 mortos no mundo, resultantes de mais de 173,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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