Inicialmente tinham sido confirmados quatro mortos e três feridos.
De acordo com as últimas informações das forças de segurança, os primeiros ataques tiveram 30 minutos de intervalo entre si e a última ação armada decorreu pouco depois.
Três dos ataques ocorreram no mesmo distrito da província de Nagarhar e fizeram três mortos e um terceiro num outro ponto da mesma região fez duas vítimas mortais e um ferido.
O porta-voz da polícia de Jalalabad, Farid Khan, disse à France Presse que um outro ataque, na capital provincial, fez três feridos entre membros do programa de vacinação.
“Foram ataques preparados e coordenados pelo inimigo”, disse o mesmo porta-voz da polícia afegã.
Farid Khan acusou as forças talibãs de responsabilidade nos ataques, mas os insurgentes desmentiram qualquer envolvimento nas ações armadas contra as equipas de vacinação.
O Afeganistão e o Paquistão são os únicos países do mundo onde a poliomielite ainda é endémica, depois de a Nigéria ter declarado a erradicação do vírus, em 2020.
No passado mês de março, o grupo radical armado Estado Islâmico reivindicou a morte de três mulheres que faziam parte das equipas de vacinação contra a poliomielite, em Jalalabad, capital da província de Nangarhar.
O Estado Islâmico tem bases na zona ocidental do país, mas o número de combatentes sunitas tem diminuído em virtude das ofensivas das forças governamentais e dos grupos rivais talibã.
Os ataques contra os muçulmanos xiitas por parte dos radicais dos Estados Islâmicos têm sido em menor número nos últimos meses.
O Estado Islâmico tem reivindicado, no entanto, vários ataques contra a sociedade civil afegã, nomeadamente jornalistas.
O governo afegão, apoiado pela Unicef, inoculou 9,6 milhões de crianças contra a poliomielite.
Em 2020, o Afeganistão registou 54 novos casos da doença.
Os atos de violência têm-se agravado consoante se regista a retirada das forças da NATO do país: entre 2.500 a 3.000 soldados norte-americanos e 7.000 militares da Aliança Atlântica devem abandonar o país até ao dia 11 de setembro, data que marca os 20 anos sobre os ataques contra Nova Iorque em 2001.
Apesar de se registarem ataques no Afeganistão contra equipas médicas e de vacinação contra a poliomielite, no vizinho Paquistão este tipo de ataques são mais frequentes por parte das forças talibãs que acusam as organizações de luta contra a doença de espionagem ocidental.
Na semana passada, dois polícias que garantiam a segurança a um centro de vacinas foram assassinados no noroeste do Paquistão.
Estes ataques aumentaram depois das notícias sobre a campanha de vacinação falsa usada pela CIA para a captura do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, em 2011, no Paquistão.
LUSA/HN
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