Campanha “Depressão sem Rodeios” alerta para necessidade de procurar ajuda médica

16 de Junho 2021

A campanha “Depressão sem Rodeios”, lançada na passada segunda-feira, alerta para a necessidade de procurar ajuda médica atempadamente e procura reduzir o estigma e a desvalorização associados a esta doença.

A campanha, que terminará em outubro, foi lançada pela Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), pela FamiliarMente, Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas Com Experiência de Doença Mental, pela associação para a promoção da saúde mental Manifestamente e pela farmacêutica Lundbeck.

“A depressão é mais do que um estado de humor” é mote da campanha, que tem António Raminhos como embaixador. O humorista associa-se a esta causa para alertar a população para os sintomas, desmistificar a procura de ajuda médica e acesso ao tratamento adequado e esbater a discriminação social dos doentes com depressão, que são milhares em Portugal.

A “Depressão sem Rodeios” engloba um conjunto de ações de divulgação, desde um website especialmente criado para a campanha, um Vox POP, spots de vídeo nos cinemas e na televisão, um ciclo semanal de podcasts, mini curtas-metragens, mupis e distribuição de flyers em locais públicos.

“A depressão é uma doença que pode atingir qualquer pessoa ao longo da sua vida.  Não é um sinal de debilidade, nem de fraqueza psicológica ou emocional. Como em outras doenças, existe tratamento clínico para a depressão e, com a terapia adequada, muitas pessoas ultrapassam a doença sem voltar a ter recaídas”, disse Beatriz Lourenço, médica psiquiatra e vice-presidente da associação Manifestamente. Mas, “para que isto aconteça, é muito importante que a pessoa sinta que as suas queixas são ouvidas e valorizadas. O respeito e a empatia pelo seu sofrimento são a maior ajuda, para que tenha motivação e energia necessária para procurar ajuda médica, essencial para o sucesso do tratamento”, acrescentou Beatriz Lourenço.

Por seu lado, o presidente da APMGF, Nuno Jacinto, destacou a importância do médico de família: “A depressão é um dos problemas de saúde com mais incidência no mundo, afetando cerca de 350 milhões de pessoas. Portugal não é exceção, cerca de 700 mil pessoas vivem com sintomas depressivos. Sabemos que a medicina geral e familiar é a porta de entrada para o tratamento destes doentes, que devem ver o médico de família como a solução para um tratamento mais célere e um acompanhamento precoce”.

“Um dos principais obstáculos para o tratamento da doença é a falta de diagnóstico atempado e de tratamento adequado, facto que se deve à parca procura de ajuda especializada, escassez de respostas dos Cuidados de Saúde Mental de proximidade e ao desconhecimento de que a depressão tem cura e deve ser tratada pela medicina geral e familiar sempre que possível ou nos Serviços de Psiquiatria e Saúde Mental. Para que a população tenha esta consciência, é necessário aumentar a literacia relacionada com a doença e implementar e desenvolver as Equipas Locais de Saúde Mental, proporcionando cuidados especializados de proximidade e em tempo útil”, referiu Joaquina Castelão, presidente da direção da Familiarmente.

Já Maria João Heitor, presidente da SPPSM, indicou que, “segundo o relatório Saúde Mental em Tempos de Pandemia divulgado em janeiro deste ano, 27% dos inquiridos indicaram ter sintomas moderados a graves de ansiedade e 26% sintomas de depressão. Estes valores são preocupantes, tendo em conta que Portugal é o segundo país da Europa com as taxas de prevalência mais elevadas em doenças psiquiátricas”.

Sara Barros, country manager da farmacêutica Lundbeck, afirmou que esta campanha tem uma “mensagem fundamental”: “a depressão é uma doença e tem cura, mas é necessário consultar um médico”.

PR/HN/Rita Antunes

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