Instituto Ricardo Jorge reforça vigilância das variantes em circulação em Portugal

25 de Junho 2021

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) anunciou esta quinta-feira um reforço da vigilância das variantes do vírus que causa Covid-19 em circulação em Portugal, através da sua monitorização em contínuo.

“O INSA, através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infecciosas, reforçou a sua estratégia de monitorização e vigilância da diversidade genética do novo coronavírus em Portugal, passando a adotar uma monitorização em contínuo das variantes em circulação no país”, adiantou o instituto em comunicado.

Segundo a mesma fonte, esta nova estratégia permite uma “melhor caracterização genética do SARS-CoV-2”, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos de tempo entre análises, que eram dedicados, essencialmente, a estudos específicos de caracterização genética solicitados pela saúde pública.

“As mais-valias desta nova abordagem vão desde a identificação mais atempada de variantes genéticas que estejam a emergir no país, à monitorização contínua da prevalência das várias variantes em circulação, permitindo um apoio mais robusto e atempado à tomada de decisão em saúde pública”, referiu ainda o INSA.

A nova estratégia agora adotada consiste na sequenciação de mais de 500 amostras positivas de SARS-CoV-2 por semana, sendo este o número considerado como ideal pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para um sistema de vigilância genética robusto.

A monitorização da diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal é coordenada pelo INSA, através da análise de sequências de amostras positivas de Covid-19 colhidas em laboratórios, hospitais e instituições de todo o país.

As amostras positivas estudadas são provenientes tanto de casos suspeitos de variantes de preocupação ou de interesse, como de amostras aleatórias obtidas no âmbito de uma vigilância de periodicidade mensal com amostragem nacional.

As quatro variantes classificadas pela Organização Mundial da Saúde como de preocupação – Alpha, Beta, Gamma e Delta – estão presentes em Portugal e apresentam transmissão comunitária, ou seja, quando se verifica a ocorrência de casos em que não é possível rastrear a origem da infeção.

Segundo os dados preliminares de junho do INSA, a prevalência da variante Delta, associada à Índia, é superior a 60% na região de Lisboa e Vale do Tejo, sendo, porém, ainda inferior a 15% no Norte.

O INSA estima que a variante Delta tenha um grau de transmissibilidade cerca de 60% superior à variante Alpha, associada ao Reino Unido e que foi a predominante em Portugal durante maio.

Em Portugal, morreram 17.079 pessoas e foram confirmados 869.879 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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