“A campanha de testagem tem sido reforçada. Nestes poucos dias de julho, a média diária de testes é a mais alta desde o início da pandemia, também acima de janeiro”, disse Marta Temido aos deputados presentes na Comissão de Saúde. No primeiro mês de 2021, a média de testes efetuados por dia rondou os 52 mil, segundo dados divulgados em 29 de janeiro pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
Confrontada pelo deputado do PSD Ricardo Batista Leite sobre o não cumprimento da anunciada capacidade de realização de 100 mil testes por dia, que sugeriu a atribuição da supervisão do processo de testagem aos militares, à imagem do que ocorre com a coordenação da vacinação, Marta Temido não descartou a ideia, mas defendeu a preferência pela aposta na rede laboratorial.
“Quanto à testagem, somos interdependentes. Nunca recusaremos utilizar as soluções que sejam mais úteis para os portugueses e temos melhorado a capacidade de testagem. Estamos disponíveis para trabalhar com todos, embora acredite que, mais do que ninguém, os parceiros nesta área sejam os laboratórios”, explicou.
Já em relação a alegados atrasos na notificação de casos e no isolamento de casos e contactos, a ministra da Saúde assumiu que o trabalho da saúde pública começa a estar “em stress” – com particular ênfase em Lisboa e Vale do Tejo -, embora tenha assegurado ser “possível ainda a identificação do ‘link’ epidemiológico” num número significativo de casos.
“De acordo com os dados que temos, o isolamento de casos e o isolamento de contactos – que são indicadores indiretos daquilo que é o rastreio e a identificação do ‘link’ epidemiológico – ainda são feitos às 24 horas em 98 e 78% dos casos. A saúde pública está a fazer o seu trabalho e consegue ainda ter a identificação da ligação epidemiológica em mais de metade dos casos que são reportados”, notou.
A governante reiterou as metas de vacinação até ao final do verão já anteriormente expressas pelo coordenador da ‘task force’, Henrique Gouveia e Melo.
“Chegar a meados de setembro com a vacinação completa em mais de 70%” da população e acima de 90% com uma dose da vacina “é o plano”, segundo Marta Temido, que fixou a vacinação como a “melhor aposta para se sair da crise sanitária”.
Sobre o certificado digital, disse que “deve ser usado com prudência, já que há muita incerteza sobre o que é a evolução desta doença”.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.118 pessoas e foram registados 892.741 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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