“Há um desígnio nacional a que somos todos chamados diante dos 400 mil novos pobres que esta pandemia fez”, disse ontem o cardeal António Marto na missa dominical celebrada no recinto do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, distrito de Santarém.
“Acudir a estas pessoas, não lhes ficar indiferente é um desígnio nacional”, reforçou o cardeal, recordando que, do ponto de vista da doutrina católica, este “desígnio nacional” é visto como “compaixão e misericórdia real e concreta” à qual não se pode “fechar os olhos”.
António Marto citou um documento da Comissão Nacional Justiça e Paz, organismo laico da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), segundo o qual estes números revelam “um aumento de 25% da taxa de pobreza e um aumento da desigualdade de 09%”, o que deixa Portugal “entre os cinco países da União Europeia com maior risco de pobreza”, realçou.
O prelado deixou críticas à comunicação social, que considerou estar “entretida com outras histórias, não deu relevo” a esta situação de novos pobres.
António Marto sublinhou a necessidade de uma “amizade com Cristo”, que se concretiza no ouvir “a Sua palavra”, em “ajustamentos concretos” na vida do dia-a-dia, para “se ter um estilo mais evangélico”, num “revigorar da fé” e no “entusiasmo e força para a missão”.
“O convite que Jesus faz aos discípulos, para um repouso, é o mesmo convite que Jesus nos dirige em Fátima através da sua mãe”, afirmou o cardeal, que vincou que não se deve ir a Fátima “por turismo”, mas ao encontro da Virgem Maria.
“Precisamos de facto deste encontro, que requer distanciamento da agitação da vida quotidiana, do turbilhão de emoções que enche o nosso coração, um distanciamento do ruído do mundo com que somos bombardeados pelos media, e recarregar as nossas baterias espirituais”, disse.
“A peregrinação a Fátima é como um banho num oásis de frescura, em que nos refrescamos: aqui buscamos a paz da alma que Jesus nos pode dar”, acrescentou.
LUSA/HN
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