A reação surge numa nota enviada pelo CA, após o Bloco de Esquerda (BE) ter anunciado, na quarta-feira, que vai requerer, no parlamento regional, as audições da presidente do CA do Hospital de Ponta Delgada e do secretário regional da Saúde para esclarecer “todos os graves problemas” na maior unidade de saúde dos Açores, entre os quais a situação do ataque informático de que foi alvo no final de maio.
O partido quer também audições na Comissão de Assuntos Sociais do parlamento regional do “Sindicato Independente dos Médicos e dos representantes das ordens dos médicos e enfermeiros”, apontando que “nos últimos meses” se sucedem “polémicas, problemas e queixas graves que envolvem o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) e o seu novo conselho de administração (CA)”.
Entre as denúncias estão “nomeações feitas pelo conselho de administração que claramente indiciam favorecimento de familiares de membros do CA”, disse o BE, tendo o coordenador do partido na região, António Lima, sublinhado que “poucas ou nenhumas explicações são dadas”.
Na resposta, o CA do Hospital de Ponta Delgada esclarece que “relativamente às declarações divulgadas pelo líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, os pormenores sobre o ataque informático obviamente que não podem ser divulgados enquanto estiverem em investigação, revelando mesmo alguma irresponsabilidade por parte do referido partido”.
“Os dados apenas serão divulgados quando houver conclusões concretas sobre o ataque, pois assim é que é o procedimento justo e adequado”, sublinha ainda o CA do Hospital do Divino Espírito Santo.
Em 24 de junho, o Governo dos Açores informou ter sido detetada “uma tentativa de intrusão externa no sistema informático” do Hospital de Ponta Delgada, pelo que foi acionado um plano de contingência.
“Tendo sido detetada uma tentativa de intrusão externa no sistema informático do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, o Conselho de Administração informa que o mesmo está a funcionar com condicionantes, resultantes da necessidade de o defender e de repelir qualquer ação maliciosa”, lia-se na nota enviada às redações nesse dia.
Por outro lado, o CA do Hospital rejeita ainda alegados favorecimentos de familiares de membros do conselho de administração no processo de nomeações.
“Entendemos que as relações maritais não podem ser fator para tomadas de decisão no que toca a nomeações, mas também não poderão ser fator de prejuízo para a melhor organização do Hospital, dos seus serviços e para a satisfação dos seus trabalhadores, o que se refletirá no serviço prestado à população”, salienta a nota do Hospital.
O CA assegura ainda que desde que tomou posse “tem havido total transparência na sua atuação e na divulgação dos números que os refletem”.
“Os atos contam mais do que as palavras e este caso é bem exemplo disso. Na prática, verificamos que o BE se deixou embalar na campanha de desinformação e manipulação que tomou o HDES como alvo, nas últimas semanas”, refere a nota do Hospital.
LUSA/HN
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