“Além do efeito visual e na inerente perda de confiança dos utentes, o risco direto para a saúde, com águas ferrosas durante um curto período, não é elevado, exceto em doentes com hemocromatose, que estão informados que devem beber água de outra origem”, destacou a Câmara de Vila Pouca de Aguiar em comunicado.
A autarquia explicou que a qualidade da água que serve as populações de Vila Pouca de Aguiar, Fontes, parte de Cidadelha de Aguiar, Carrazedo, Lixa e Paredes do Alvão “tem apresentado, nos últimos dias, sinais de turvação (amarelada) evidentes por simples observação visual”.
E esclareceu, na mesma nota, que “a nova captação de água, ainda sob responsabilidade da Iberdrola, substituiu as três captações que existiam no rio Torno” e que pertenciam à autarquia e acrescentou uma estação de tratamento de água.
Este novo sistema vem substituir as captações de água que existiam ao longo do rio Torno e que não poderão voltar a ser utilizadas devido à construção do Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), pela Iberdrola.
“A câmara observou que efetivamente a qualidade da água captada deteriorou-se nos últimos dias e esse facto teve repercussões ao nível da água que chega aos munícipes, expressando de imediato a citada preocupação à entidade responsável e à Unidade de Saúde Pública, solicitando respetivamente ponto de situação permanente, procedimentos e cronograma de intervenções”, garantiu.
Segundo a autarquia, a Iberdrola justificou a atual situação com “a necessidade de testes e ensaios e que o novo equipamento carece de correções pontuais no que concerne ao seu funcionamento”.
A deterioração da qualidade da água captada na última semana teve repercussões ao nível do parâmetro do Ferro, à saída da ETA (Estação de Tratamento de Águas), que variou entre os valores 0,60 e 0,79 mg Fe/L, destaca ainda.
Citando as ações técnicas em desenvolvimento, o comunicado explica que “é expectável que com as medidas implementadas, e no que respeita ao parâmetro do Ferro, se registem melhorias na qualidade da água já a partir do dia 26/07/2021”.
“No entanto, à data de hoje, o valor registado do parâmetro Ferro é superior ao respetivo valor paramétrico, constante no Anexo I do DL 152/2017, conferindo apenas uma coloração ligeira da água. Convém esclarecer que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) registam que com valores inferiores a 2,0 mg Fe/L não representam qualquer risco para a saúde humana”, pode ler-se.
A autarquia liderada por Alberto Machado sublinhou que a Unidade de Saúde Pública da região, que tem estado a acompanhar a situação juntamente com os serviços municipais de águas, notificou formalmente o município considerando que em relação à quantidade de ferro acreditam estar a caminho da resolução.
LUSA/HN
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