Investigadores da UAlg criam plataforma para estudar algas invasoras nas praias

2 de Agosto 2021

Investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e de outras universidades estão a estudar algumas das algas que aparecem em grandes quantidades no mar ou na areia, que podem ser identificadas pelo cidadão comum.

Através da plataforma “Algas na Praia”, que facilita o envio de um conjunto de informações sobre as algas encontradas, os investigadores pretendem apelar à participação do cidadão, por forma a facilitar o estudo destas acumulações excessivas nas praias. O grupo de investigação procura, numa fase inicial, saber um pouco mais sobre estas algas invasoras (espécie e quando e onde ocorrem), segundo o comunicado de imprensa.

O registo sistemático das acumulações de algas na costa portuguesa permitirá perceber o que está na sua origem, quais os seus impactos e se estas acumulações estão a tornar-se mais ou menos frequentes.

Rui Santos, professor da Universidade do Algarve e investigador do CCMAR, sublinha a importância deste levantamento: “dependendo da espécie que está a causar a acumulação, o problema pode ser mais ou menos preocupante. Uma das maiores preocupações é a acumulação excessiva de algas invasoras, uma vez que estas podem ter um impacto muito negativo nas espécies nativas das nossas costas”.

Apesar de o grupo de trabalho não proceder à remoção das algas na praia, “atuará no sentido de contactar as autoridades competentes sempre que se justifique, tirando partido do ponto de vista científico das algas removidas e dos seus potenciais benefícios para a saúde”, informa o comunicado da UAlg.

Através do projeto NUTRISAFE, os investigadores procuram também desenvolver um novo suplemento alimentar, a partir de algas invasoras que se acumulam nas praias. Dina Simes, professora da Universidade do Algarve e investigadora do CCMAR, responsável por este projeto, salienta que “algumas destas algas apresentam compostos com caraterísticas anti-inflamatórias e de proteção vascular e pulmonar, pelo que podem ser utilizadas em suplementos alimentares que permitem reduzir comorbidades comuns associadas ao envelhecimento e às doenças inflamatórias crónicas”.

Saiba mais na página do projeto “Algas na Praia”.

PR/HN/Rita Antunes

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