O executivo comunitário sublinha que esta ajuda humanitária tem lugar numa altura em que o Líbano regista elevadas taxas de infeção de Covid-19, com o sistema nacional de saúde “próximo do colapso”, assim como baixas taxas de vacinação.
“A trágica explosão em Beirute, em 04 de agosto de 2020, mudou tristemente a vida de muitos libaneses para sempre. A tragédia deveria servir como uma oportunidade para o Líbano reemergir mais forte”, comentou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, citado no comunicado divulgado pela Comissão Europeia.
Sublinhando que “as autoridades libanesas precisam de formar um Governo” e trabalhar para a sua população, o Alto Representante da UE para a Política Externa assegura que “a UE continua ao lado do povo libanês oferecendo o seu apoio nos momentos mais terríveis, em particular agora que o mundo está a combater uma pandemia”.
Bruxelas aponta que, “um ano após a explosão” no porto de Beirute que destruiu grande parte da capital libanesa, o país “continua a enfrentar as terríveis consequências da explosão, agravadas pelo alastramento da covid-19, pelos confinamentos e pela crise socioeconómica em curso, desencadeada pelo colapso financeiro em outubro de 2019”.
“O Líbano continua a acolher cerca de 1,5 milhões de refugiados sírios sem que se vislumbrem soluções sustentáveis. A escassez de recursos e o colapso do serviço público conduzem a uma grave crise humanitária e contribuem para as tensões comunitárias”, observa a Comissão, acrescentando que “os frequentes e prolongados cortes de energia ameaçam a entrega de água em todo o país” e “os hospitais reduziram a sua capacidade e enfrentam uma dramática escassez de medicamentos e fornecimentos, bem como de pessoal médico”.
Lembrando que, desde 2011, a UE já concedeu ao Líbano 722 milhões de euros em financiamento humanitário para responder a necessidades urgentes, a Comissão indica que a ajuda hoje anunciada visa ajudar a melhorar a deteção de surtos de Covid-19 a nível comunitário, a reforçar a capacidade de testes e a reforçar o sistema de saúde.
A explosão de centenas de toneladas de nitrato de amónio armazenado no porto de Beirute, em 04 de agosto de 2020, causou mais de 200 mortos, 6.500 feridos, 300.000 pessoas deslocadas e a destruição generalizada na capital – com perto de 10 mil edifícios danificados -, mas as conclusões do inquérito ainda não são conhecidas.
Um ano depois, o Líbano está mergulhado numa crise socioeconómica, considerada a pior da sua história, agravada pela pandemia da Covid-19.
LUSA/HN
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