O Ministério da Defesa do país, em comunicado hoje divulgado, informou que “as condições no terreno continuam extremamente desafiadoras”, e que está a ser feito “tudo o que é possível para gerir a situação da forma mais segura possível”.
O aeroporto tem sido o ponto de encontro de milhares de pessoas que tentam fugir aos talibãs, que invadiram Cabul há uma semana depois de um avanço relâmpago tomou o país.
No boletim publicado sábado no site, a Embaixada dos Estados Unidos no Afeganistão tinha instado os cidadãos norte-americanos no Afeganistão a evitar deslocar-se ao aeroporto de Cabul, devido a “potenciais ameaças à segurança”, e um funcionário da Casa Branca, citado pela agência France-Presse (AFP), informou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, discutiu nessa manhã o tema com funcionários da administração.
“Aconselhamos os cidadãos americanos a não viajarem para o aeroporto e a evitarem os portões do aeroporto neste momento, a menos que recebam instruções individuais de um funcionário do governo dos EUA”, escreveu a embaixada.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, recusou dar mais informações sobre a natureza das ameaças, dizendo apenas que a situação na capital afegã é muito “flutuante” e que os riscos podem evoluir “de hora a hora”.
“Continuamos a ter comunicações regulares com os líderes talibãs em Cabul, incluindo os responsáveis pelos pontos de passagem no aeroporto”, disse o porta-voz, em conferência de imprensa.
Os Estados Unidos retiraram cerca de 17.000 pessoas do país desde que a operação de resgate começou, em 14 de agosto, incluindo 2.500 cidadãos americanos, disse no sábado o subdiretor de logística do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, general Hank Taylor.
Nas últimas 24 horas, cerca de 3.800 pessoas foram transportadas em 38 voos.
O Presidente norte-americano foi alvo de críticas pela situação caótica nas operações de resgate.
No sábado, o ex-presidente Donald Trump acusou Biden de “incompetência grosseira” na “retirada falhada”, elogiando os talibãs, que considerou “grandes negociadores” e “combatentes duros”.
Foi sob a liderança de Trump que os EUA assinaram um acordo com os talibãs, em fevereiro de 2020, ao abrigo do qual Washington aceitou retirar as forças militares do Afeganistão.
Em troca, os talibãs comprometeram-se a encetar negociações de paz com o governo afegão, a abster-se de atacar as forças norte-americanas e os seus interesses no Afeganistão e a cortar todos os laços com a Al-Qaeda.
Os talibãs conquistaram Cabul no dia 15 de agosto, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
LUSA/HN
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