Segundo o diretor municipal de saúde de Viana, Abreu Pecamena, a situação foi alertada por moradores de pelo menos quatro zonas do município, que se queixaram da existência de pessoas a urinarem sangue.
“Os moradores começaram a queixar-se que havia pessoas a urinarem sangue, logo fomos para essas zonas e estamos a falar do Kitokoloca, de todo o percurso da Vala do Kikuxi, Pantanal, da Estalagem, são as zonas que temos noção que os casos com hematúria são frequentes”, disse Abreu Pecamena, em declarações à rádio pública angolana.
O responsável da saúde em Viana, sem avançar números, disse que as amostras recolhidas nessas zonas foram 95% confirmadas.
“Todas as amostras deram 95%. É preocupante, porque é um problema, por causa da presença do doente que vai urinar ou defecar e deixar as larvas, provocando a multiplicação dessa patologia”, salientou.
Abreu Pecamena disse que estão a trabalhar em parceria com a Direção Nacional de Saúde e o Instituto Nacional de Investigação em Saúde, para conhecimento da situação e encontrar estratégias de resolução da situação.
A schistosomíase é uma das parasitoses mais prevalentes no mundo, sendo endémica em 76 países, e catalogada em Angola como doença negligenciada.
O caracol, em larga escala presente no rio Kwanza, é a via de transmissão da doença, que, uma vez no molusco, tem as larvas multiplicadas.
“As larvas multiplicam-se e originam novas larvas definidas como cercárias que abandonam o molusco e, subsequentemente, infetam o homem, penetrando numa zona exposta da pele ou mucosas”, refere um estudo, de 2015, sobre a Transmissão da Shistosomíase em Angola, realizado pelo Centro de Investigação em Saúde em Angola (CISA).
LUSA/HN
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