07/05/2023
Em conferência de imprensa, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto, disse que Angola congratula-se com a declaração da OMS, “que significa uma vitória dos profissionais da saúde, comunidade científica e todos os outros atores, com realce para toda a população que consentiu inúmeros sacrifícios”.
Carlos Alberto Pinto referiu que a vacinação foi um elemento crucial para o controlo da fase de emergência da pandemia a nível global até à data.
“Assim sendo, continuará a promover a vacinação contra a Covid-19 no país como estratégia primordial do controlo da doença para salvar vidas, baixar o número de casos graves e óbitos que ainda se vem registando no país”, disse o secretário de Estado para a Saúde Pública angolano.
O governante sublinhou que, atualmente, a cobertura vacinal em Angola é de 47% com pelo menos duas doses, salientando que para que ela seja efetiva na imunidade de grupo deve, segundo a OMS, estar acima de 85%, “sendo este o desafio do país para o qual todos são chamados a participar”.
“O Mistério da Saúde vai adequar o plano de contingências do país ao plano de gestão da Covid-19 ao longo prazo da OMS 2023-2025, em que irá adotar recomendações adicionais para esta fase de transição às atuais medidas de acordo com a situação epidemiológica e a cobertura vacinal do país”, frisou.
Nesse sentido, Carlos Alberto Pinto fez um apelo, “uma vez mais, à população a aderir à vacinação, pois salva-vidas e permite à OMS a reduzir o nível de alerta”.
Angola notificou os dois primeiros casos de Covid-19 em 21 de março de 2020, tendo registado 105.669 casos e 1.936 óbitos até ao dia 05 de maio do corrente ano, tendo passado por quatro vagas provocadas pelas variantes de preocupação mundial.
Carlos Alberto Pinto elogiou o sistema de saúde angolano por ter suportado à pressão da demanda, “sem nunca colapsar, garantindo a continuidade da prestação dos serviços de saúde à população”.
Em 02 de março de 2021, Angola incorporou a implementação do Plano de Vacinação, “o qual foi crucial para a gestão considerada de sucesso da pandemia no que ao número de casos graves e óbitos diz respeito”, indicou Carlos Alberto Pinto.
“Em função desse histórico, o Ministério da Saúde toma boa nota dos alertas do diretor-geral da OMS na sua declaração em relação à cautela e prudência no tratamento desta notícia”, observou, realçando que o processo da transição de emergência para a fase de controlo da Covid-19 já está em curso.
O processo inclui algumas medidas, como a integração da vacina contra a Covid-19 na vacina de rotina, ou seja, toda a população maior de 12 anos deve ter pelo menos duas doses; o reforço da vigilância epidemiológica, que significa a testagem de casos suspeitos e contactos e a notificação obrigatória de todos os casos positivos e dos óbitos, bem como a apresentação do certificado de vacina à entrada ou saída do país, ou, na sua falta, do teste negativo da Covid-19.
Por sua vez, a representante da OMS em Angola, Djamila Cabral, sublinhou que “a pandemia da Covid-19 não acabou, o que diminuiu foi o alerta” que o mundo enfrentou.
“Apelamos ao Ministério da Saúde para integrar nas atividades da Covid-19, nomeadamente a vigilância e a resposta nos programas de saúde de rotina e mantemos o nosso compromisso para continuar a apoiar o país para atingir os melhores níveis de cobertura vacinal”, disse.
Segundo Djamila Cabral, a OMS vai também estabelecer um comité de revisão para desenvolver recomendações de longo prazo para a gestão da Covid-19.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na sexta-feira o fim da emergência de saúde para a Covid-19 a nível global, aceitando a recomendação do comité de emergência.
“No último ano, o comité de emergência e a OMS têm estado a analisar dos dados com cuidado, considerando quando seria o tempo certo para baixar o nível de alarme. Ontem, o comité de emergência reuniu-se pela 15.ª vez e recomendou-me que declarasse o fim da emergência global. Eu aceitei esse conselho”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa.
Segundo afirmou, o levantamento da emergência de saúde pública global (PHEIC, na sigla em inglês), o nível mais alto de alerta que pode ser decretado pela organização, “não quer dizer que a Covid-19 terminou como uma ameaça de saúde”.
LUSA/HN
07/03/2023
Na nota de imprensa, o SIC informa que o cidadão angolano, de 36 anos, foi detido no dia 01 deste mês, estando implicado nos crimes de burla qualificada, exercício ilegal de profissão e ofensas graves à integridade física.
O suspeito apresenta-se como médico, é proprietário da clínica Daisy Well, localizada no distrito urbano de Belas, na centralidade do Kilamba, e vem exercendo atividades ilícitas há mais de quatro anos, refere a nota.
De acordo com o SIC, o suposto médico diz ser especialista em ginecologia, obstetrícia, urologia, procedimentos de inseminação artificial, fertilização ‘in vitro’, realizando também exames de colheitas de sangue, exsudado vaginal, hidroturbação, retirada de óvulos e exames hormonais.
Os exames eram realizados em condições precárias, tendo nos últimos quatro anos enganado mais de 200 mulheres que procuraram a clínica para ter um filho, às quais eram cobradas elevadas quantias para atingirem esse objetivo, segundo a nota.
Os valores cobrados variavam entre os dois milhões de kwanzas (3.724 euros) e 10 milhões de kwanzas (18.620 euros), sendo que, a título de exemplo, para a realização de uma inseminação artificial eram cobrados 2,6 milhões de kwanzas (4.841 euros) e para uma fertilização ‘in vitro’ 4,6 milhões de kwanzas (8.565 euros).
“Quanto aos exames, estes variavam entre os 400.000 kwanzas (744,8 euros) a 600.000 kwanzas (1.117 euros), sob pretexto de que os exames de urina, sangue e exsudado vaginal são enviados para a Inglaterra de onde vêm os resultados, alegando trabalhar em parceria com médicos daquele país, simulando também estar colocado na Maternidade Lucrécia Paim, onde exerce as funções de médico-cirurgião”, refere o documento.
O SIC realçou que o suposto médico terá causado com as suas atividades ilícitas várias doenças infecciosas, por conta de dosagens inapropriadas de medicamentos e mau manuseamento de instrumentos.
LUSA/HN
06/03/2023
A ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, em despacho a que a Lusa teve hoje acesso, refere que após três anos de convivência e acumulação de conhecimento de saúde, baseado em evidências acerca de Covid-19 a nível mundial, confirmaram-se pressupostos técnicos iniciais e também surgiram novas orientações sobre a construção e manutenção das campas fúnebres de pessoas portadoras de Covid-19.
Uma das orientações é que se deve garantir que as pessoas que estiveram ou estão em contacto com o falecido, por motivos profissionais e familiares, estejam protegidas da infeção por Covid-19, refere-se no despacho.
“Nesta categoria, estão incluídos todos os profissionais de saúde, os agentes funerários, operadores de necrotérios e familiares”, acrescenta.
O documento, datado de 03 de fevereiro de 2023, foi apenas tornado público agora, na sequência de vídeos e fotografias que circularam nas redes sociais, onde populares deploravam o alegado “estado de abandono” do túmulo do ex-governador da província de Luanda e do Uíje, Sérgio Luther Rescova, que morreu, em 2020, vítima da doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Rescova foi sepultado no Cemitério do Benfica, em Luanda, numa ala onde foram igualmente enterradas outras vítimas da Covid-19.
Num comunicado divulgado nas redes sociais, a família do político justificou a simplicidade do túmulo com a necessidade de seguir as normas sanitárias impostas pelo MINSA.
“Tem tempos a serem respeitados. Nós, família, estamos a cumprir esse tempo estabelecido, para que se faça uma campa definitiva”, informa o comunicado citado pelo Correio da Kianda.
A entidade ministerial justifica a diretiva pela salvaguarda de princípios fundamentais, nomeadamente a “segurança e o bem-estar” de todas as pessoas envolvidas na gestão e manuseamento dos corpos dos mortos com Covid-19 e a dignidade do falecido e dos seus entes mais próximos.
“Isto é um imperativo humanitário que deve orientar a gestão dos mortos em todas as circunstâncias”, salienta ainda o despacho de Sílvia Lutucuta.
LUSA/HN
03/02/2023
“Existem muitos assuntos ultrapassados que já foram muito bem esclarecidos pela direção da Ormed e que algumas coisas se tornam hoje um não-assunto”, afirmou o diretor de comunicação da Ormed, Aldemiro Cussivila, em declarações à Lusa.
Sem entrar no detalhe das acusações, o responsável apelou apenas aos membros inscritos na ordem a atualizarem a sua documentação e a pagarem as respetivas quotas.
“Voltamos uma vez mais a apelar os membros, que são inscritos na ordem, para atualizarem a sua documentação junto da Ordem dos Médicos e que cumpram também com os seus deveres de pagamento de quota para que exerçam os seus direitos”, exortou.
A Ormed “continua a trabalhar na atualização dos dados para quão breve seja possível consiga apresentar e remeter os cadernos eleitorais em todos os conselhos provinciais para, posteriormente, após a análise avançarem-se outros dados”, concluiu Cussivila.
O Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos (Sinmea) acusou hoje a bastonária da Ormed de estar “ilegalmente” no cargo, há quase um ano, e que esta terá “vandalizado” a base de dados da instituição.
Segundo o secretário provincial do Sinmea em Luanda, Miguel Sebastião, a bastonária Elisa Gaspar cessou as funções em março de 2022, período em que deveria ter convocado eleições, estando desde então a exercer “ilegalmente” o cargo.
“O mandato da bastonária terminou em março passado e deveria anunciar-se as eleições para o devido fim do mandato, porque nesse contexto a bastonária está no cargo de forma ilegal”, disse Miguel Sebastião.
“Temos de saber honrar os mandatos, o sindicato terminou o seu mandato em 27 de janeiro e em março realiza o seu congresso, então ninguém é insubstituível, ela (bastonária) deveria já convocar as eleições”, argumentou.
O médico apresentou, em conferência de imprensa, em Luanda, a visão do Sinmea sobre o estado atual da saúde em Angola e a realização do segundo congresso do sindicato, previsto para 24 e 25 de março para a renovação de mandatos.
O presidente cessante do Sinmea, Adriano Manuel acusou também, na ocasião, a bastonária de ter “vandalizado” a base de dados da instituição com “objetivos inconfessos”.
“A questão relacionada com o facto de os médicos não quererem, reiteradamente, atualizar a base de dados da Ormed, decorre do facto de a bastonária, quando foi eleita, ter destruído a base de dados com objetivos inconfessos”, referiu.
A direção da Ormed emitiu, em setembro de 2022, uma nota em que orientava os associados a atualizarem os dados no decurso daquele mês, visando a eleição dos órgãos sociais da instituição, e lamentava, no documento, a fraca adesão dos médicos ao processo.
Adriano Manuel referiu hoje que a reduzida adesão ao processo e ao pagamento de quotas à Ormed resulta da “quebra de confiança” na atual gestão, que “está com problemas em atualizar a base de dados para poder realizar o processo eleitoral”.
“[A bastonária] mandou vandalizar os computadores que tinham, e temos provas disso, inclusive esse assunto foi remetido aos órgãos de justiça que não conseguiram apurar que a funcionária foi mandatada para o efeito”, apontou.
Os conflitos internos na Ormed arrastam-se desde 2020, mas Elisa Gaspar refutou estas acusações de má gestão.
O conselho regional norte da Ormed aprovou, em 17 de outubro de 2020, a destituição de Elisa Gaspar, devendo ser promovidas novas eleições em 90 dias, mas a bastonária garantiu, na altura, que estava no cargo de forma legal.
O Tribunal de Luanda deu provimento à providência cautelar interposta pela bastonária da Ormed contra o Conselho Regional Norte daquele órgão, em fevereiro de 2021, ordenando que se abstenham de “atos que importunem o normal funcionamento” da ordem.
LUSA/HN
31/01/2023
A parceria que apoia a eliminação da forma gambiana de tripanossomíase humana africana (THA) – reunida no programa Trypa-NO!, liderado pela FIND, associada ao Instituto Nacional Francês de Investigação para o Desenvolvimento Sustentável (IRD) e à Escola de Medicina Tropical de Liverpool (LSTHM)- recebeu 6,8 milhões de dólares (6,28 milhões de euros) da Fundação Bill & Melinda Gates e subsídios do cantão suíço de Genebra que elevam o montante total de financiamento acima dos 7 milhões de dólares e garantem mais três anos de vida ao projeto, de acordo com comunicado hoje divulgado.
A parceria Trypa-NO!, lançada em 2016, assenta numa combinação de esforços para erradicar a doença do sono através da integração do diagnóstico, tratamento e controlo da mosca tsé-tsé, em países como o Chade, Costa do Marfim, Guiné-Conacri e Uganda, estratégia que será alargada a partir do início deste ano a Angola, República Centro-Africana, Serra Leoa e Sudão do Sul.
“O financiamento adicional do cantão de Genebra permitirá ainda a continuação do apoio aos programas nacionais de eliminação na República Democrática do Congo (RDCongo) e em Angola”, destaca o comunicado da FIND, um grupo global sem fins lucrativos que liga países e financiadores para estimular a inovação diagnóstica no âmbito dos sistemas de saúde nacionais.
Nas últimas duas décadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) inscreveu a eliminação da THA entre o grupo das suas principais prioridades. A doença, transmitida pela picada da mosca tsé-tsé, pode ser fatal, se for ignorada e não for tratada.
A THA é endémica em 36 países da África subsaariana e afeta principalmente pessoas que vivem em zonas remotas e rurais, o que faz da monitorização da doença um desafio.
As estratégias de erradicação da doença implementadas desde o início do século saldam-se por uma diminuição “drástica” do número de casos, de 30 mil infeções estimadas para menos de mil casos anuais desde 2018, em particular na África Ocidental e Central, onde se encontra a forma gambiana da THA, e tornaram a sua eliminação “um objetivo realista”, de acordo com o comunicado.
O apoio à Trypa-NO!, anunciado hoje, Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas, garantirá que “mais países possam beneficiar de estratégias de eliminação adaptadas que utilizem as mais recentes ferramentas desenvolvidas para diagnóstico, tratamento, controlo vetorial e gestão de dados”, sublinhou o coordenador da parceria, Sylvain Biéler, citado na declaração.
Andrew Hope, diretor do programa de Alvos Minúsculos na LSTM sublinhou que “a eliminação da doença do sono como um problema de saúde pública na Costa do Marfim e no Uganda foi um enorme sucesso para a parceria” e a fase seguinte “é fundamental para assegurar que estes ganhos sejam sustentados e que continuamos a avançar no sentido da eliminação noutros países afetados”.
LUSA/HN