Colangite Biliar Primária a doença rara que afeta mulheres em idade ativa

1 de Setembro 2021

A Colangite Biliar Primária (CBP) é considerada uma doença rara que afeta principalmente mulheres entre os 40 e 60 anos. A ausência do diagnóstico e tratamento podem conduzir a quadros de cirrose e cancro do fígado.

Atendendo ao impacto da doença na saúde hepática a Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) vai promover uma campanha de sensibilização sobre importância do diagnóstico e tratamento precoce. Cansaço e comichão intensa podem ser sinais de alarme, sendo que o atraso da intervenção médica pode causar danos irreversíveis no fígado.

A iniciativa vai ser lançada no âmbito do Dia Internacional da Colangite Biliar Primária, que se assinala a 11 de setembro, com o objetivo de alertar a população para esta doença, que pode ser fatal.

De acordo com o presidente da APEF, José Presa, “a colangite biliar primária é uma doença do fígado que vai acompanhar a pessoa durante toda a vida. Em muitos casos, a doença mantém-se ligeira ou moderada, sem grandes perturbações no funcionamento do fígado. Sendo uma doença progressiva, se não for diagnosticada precocemente, poderá evoluir para cirrose e doença hepática terminal, obrigando ao transplante de fígado”.

Os sintomas iniciais mais comuns são fadiga e comichão (prurido). Porém, embora menos frequentes, existem também outras manifestações a ter em conta, como escurecimento da pele; pequenas manchas amarelas ou brancas sob a pele, ou ao redor dos olhos; boca e olhos secos e dores nas articulações.

De acordo com a progressão da doença, podem surgir sintomas associados à cirrose: pele amarela (icterícia); pernas e pés inchados (edema); abdómen inchado devido à acumulação de líquido (ascite); sangramento interno da parte superior do estômago e do esófago, devido à rotura das veias dilatadas (varizes).

“Ainda assim, em 25% dos casos não existe qualquer sintoma e a doença é, incidentalmente, detetada durante uma avaliação de rotina, pela elevação das análises do fígado, em especial da Fosfatase Alcalina”, alerta José Presa.

O médico explica que apesar de não ter cura, esta doença tem tratamento se diagnosticada atempadamente. “Os objetivos do tratamento são impedir ou retardar a progressão da doença e aliviar os sintomas, como comichão ou fadiga. Os tratamentos são fáceis e eficazes” afirma José Presa.

Em Portugal, estima-se que existam entre 500 a mil casos de CBP.

PR/HN/VC

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