Fenprof critica orientações da DGS e volta a defender redução de turmas

1 de Setembro 2021

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou esta quarta-feira as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o próximo ano letivo, por não implicarem uma redução das turmas, medida que traria ganhos sanitários e pedagógicos.

“A questão que mais contestámos foi o facto de dentro das salas de aula não ter havido uma redução do número de alunos por turma, o que permitira manter essa distância. Aquilo que se mantém é tentar que os alunos, onde for possível, se mantenham à distância de um metro. Onde for possível quer dizer que nem sequer é indispensável e um metro é abaixo do mínimo de qualquer outra situação recomendada, que é um metro e meio”, afirmou hoje o secretário-geral da Fenprof.

Mário Nogueira falava aos jornalistas após a entrega de uma carta aberta à Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), em Coimbra, sobre a municipalização da educação.

Para o dirigente sindical, assegurar o distanciamento físico dentro das salas de aula obrigaria a uma redução do número de alunos por turma, o que teria importância não apenas do ponto de vista do combate à pandemia, mas também “do ponto de vista pedagógico”.

“Num ano letivo que terá um plano de recuperação, é diferente um professor ter 25 ou 26 alunos pela frente ou ter 18 ou 19 ou 20 para trabalhar na recuperação de aprendizagens. É uma medida tipo dois em um e não foi tomada”, frisou.

O secretário-geral da Fenprof notou que a maioria das medidas são semelhantes às do ano transato e “levaram a que no primeiro período tivessem ocorrido casos de Covid-19 em mais de três mil escolas”.

No entanto, Mário Nogueira congratulou-se com o facto de passar a haver testagem antes das aulas começarem, uma medida que a Fenprof já tinha defendido no passado.

As novas orientações mantêm a grande maioria das regras de segurança sanitária, incluindo a utilização obrigatória de máscara a partir dos 10 anos e “fortemente recomendada” para os mais novos, a partir do 1.º ciclo.

À semelhança do que aconteceu no ano letivo passado, quando as escolas reabriram em abril, vai também repetir-se a realização de rastreios antes do início das aulas, que vão abranger os professores e funcionários de todos os níveis de ensino e os alunos a partir do 3.º ciclo.

Esses rastreios serão feitos em três fases: até ao final da primeira semana de aulas, serão testados os profissionais das escolas, num exercício que começa a 06 de setembro e termina no dia 17. Seguem-se os alunos do secundário nas duas semanas seguintes, entre 20 de setembro e 01 de outubro, e finalmente os alunos do 3.º ciclo, entre 04 e 15 de outubro.

LUSA/HN

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