“Esta semana chegarão (à Venezuela) as primeiras vacinas do mecanismo Covax e esperamos que para outubro o Covax nos tenha entregado mais de seis milhões, das vacinas que a Venezuela pagou”, disse.
Maduro falava durante uma entrevista ao programa “Aqui com Ernesto”, produzido pelo ministro da Cultura da Venezuela, Ernesto Emílio Villegas, e transmitido pela televisão estatal venezuelana.
O Chefe de Estado denunciou que há “funcionários corruptos” internacionais que “estão a atrasar a entrega” das vacinas através do Covax.
Maduro explicou também que a Venezuela prevê receber “parte do carregamento da segunda dose” da vacina russa Sputnik V como parte de uma operação que deverá estar concluída até finais de setembro.
Por outro lado, voltou a insistir que apesar dos atrasos do Covax e de dificuldades para comprar vacinas devido às sanções impostas pelos EUA, 30% da população venezuelana já está vacinada e que até finais de setembro 50% estará imunizada.
“Para outubro esperamos chegar aos 70% e começar a vacinação de meninos e meninas (…) para garantir um regresso seguro a aulas (presenciais)”, disse.
Sobre as aulas presenciais, precisou que os alunos vão às escolas durante as semanas de flexibilização da quarentena, e que, durante as semanas restritivas, “continuarão recebendo educação nas suas casas”.
O anúncio das chegadas das vacinas tem lugar depois de a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, denunciar que Caracas ainda não recebeu nenhuma dose do Covax, apesar de ter pago 120 milhões de dólares (quase 101 milhões de euros).
“Apesar de a Venezuela ter pago até o último cêntimo, não recebeu uma única dose do mecanismo Covax. São sanções de segundo nível “, disse Delcy Rodríguez durante uma conferência sobre “Capacitação Docente – América Latina na Encruzilhada”, transmitida pela televisão estatal venezuelana.
“A pior intensificação do bloqueio contra a Venezuela ocorre precisamente durante a pandemia”, frisou a vice-presidente venezuelana, que acusou o Governo dos EUA de intensificar as sanções internacionais contra Caracas.
Em 08 de julho o Covax anunciou que tinha recebido o pagamento de 120 milhões de dólares (101,3 milhões de euros) para o envio de 11,3 milhões de doses de vacinas para a Venezuela.
O anúncio teve lugar depois de Caracas denunciar, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que as sanções impostas pelos EUA estavam a impedir a chegada de vacinas contra a Covid-19, afetando o programa de imunização da sua população.
Em 1 de setembro, a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) anunciou que mais de 3,3 milhões de venezuelanos completaram o processo de imunização contra a Covid-19, com duas doses das vacinas Sinopharm, Sputnik e da candidata a vacina cubana Abda.
Segundo a OPAS, a Venezuela “administrou” 9.342.817 doses a 3.326.547 pessoas.
Desde março de 2020 que a Venezuela está em quarentena preventiva e atualmente tem um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de sete dias de confinamento rigoroso.
O país contabilizou 4.086 mortes e 339.255 casos da doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.
LUSA/HN
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