Vacinação nos adultos continua subaproveitada

8 de Outubro 2021

A vice-presidente e Head Global Medical Affairs da GSK, Francesca Ceddia, alerta para a importância de priorizar a vacinação nos adultos, que ajuda a envelhecer com saúde, mas que continua subaproveitada.

“Se os programas de vacinação de adultos atingirem o seu potencial máximo, o risco de hospitalização ou morte devido a infeção ou complicações das infeções pode ser reduzido significativamente”, defendeu Francesca Ceddia. A vice-presidente falava no evento virtual “Vacinação na idade adulta e envelhecimento saudável: lições da pandemia”, no dia 22 de setembro, que contou também com a participação de Gayle Davey, da Kantar.

Francesca Ceddia lamentou que os programas de vacinação de adultos continuem subaproveitados apesar de os benefícios das vacinas serem claros – as vacinas protegem das infeções e das comorbilidades associadas. A vacina da gripe, por exemplo, pode reduzir significativamente o risco de eventos cardiovasculares major e infeção cerebral.

O sucesso da vacinação nas crianças foi outros dos argumentos apresentados pela vice-presidente, que enfatizou que não basta celebrar a longevidade – temos de procurar viver com saúde. Para tal, é preciso cuidar do sistema imunitário, e o tabagismo, o consumo de álcool, a alimentação, a atividade física e a vacinação são fatores que podemos controlar e que influenciam a nossa idade biológica, explicou.

O pico da resposta imunitária atinge-se no início da idade adulta; depois, o sistema imunitário vai enfraquecendo gradualmente (imunossenescência). Contudo, “o sistema imunitário pode ser treinado/otimizado”.

Em relação à vacinação, a resposta “pode ser prejudicada pelo declínio da imunidade relacionado com a idade”, por isso, nos mais velhos, “requer novas estratégicas”, como formulações de vacinas com maior conteúdo de antigénio, formulações de vacinas com adjuvantes e vias de administração alternativas, como a intradérmica.

Em jeito de conclusão, Francesca Ceddia disse que “a imunização de adultos deve ser vista como uma prioridade de saúde pública, como um fator-chave para o envelhecimento saudável”, podendo ainda alavancar a economia.

HN/Rita Antunes

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ricardo Dinis Oliveira: “Sem ecossistemas saudáveis, não há saúde humana”

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Ricardo Dinis Oliveira, toxicologista e professor catedrático da CESPU, defende a integração urgente da abordagem One Health nas políticas públicas para enfrentar zoonoses, resistência antimicrobiana e alterações climáticas, destacando o papel da formação e vigilância integrada

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights