Campanha #MedSafetyWeek alerta para importância de notificar suspeitas de reações às vacinas

2 de Novembro 2021

A Autoridade Nacional do Medicamento participa até dia 07, pelo sexto ano consecutivo, na campanha internacional #MedSafetyWeek, para promover a importância da notificação de suspeitas de reações adversas e que este ano tem como foco as vacinas.

Com esta campanha, que será promovida exclusivamente nas redes sociais e envolve as agências de medicamentos de 64 países, pretende-se “encorajar os profissionais de saúde, bem como as pessoas portadoras de doença, os seus cuidadores e familiares, a notificarem suspeitas de reações adversas com vacinas, incluindo vacinas covid-19”.

“As vacinas são a melhor forma de proteger os cidadãos contra doenças infeciosas e já salvaram milhões de vidas”, sublinha o Infarmed, em comunicado, lembrando que, tal como com todos os outros medicamentos, podem ocorrer reações adversas também às vacinas e que todas a suspeitas devem ser comunicadas ao instituto, para ajudar “a identificar novas reações e a obter mais informações sobre os efeitos conhecidos”.

Na campanha deste ano, “os profissionais de saúde que administram vacinas são especialmente encorajados a discutir as possíveis reações adversas com os cidadãos, de forma a que estes possam estar vigilantes relativamente a suspeitas de reações adversas novas ou raras com as vacinas”, acrescenta.

Segundo os ultimos dados do Infarmed, mais de 15.900 suspeitas de reações adversas às vacinas contra a Covid-19 foram notificadas em Portugal, das quais 5.929 forma classificadas como graves e incluem 85 casos de morte em idosos.

Desde o início da campanha de vacinação, a 27 de dezembro de 2020, até ao passado dia 26 de setembro, foram registadas 15.922 notificações de reações adversas (RAM), num total de 15.956.183 doses administradas, 5.929 (37%) classificadas como “graves” e 9.993 (63%) como “não graves”.

Das reações notificadas como “graves”, 3.612 foram classificadas como “clinicamente importantes” (23%), 1.517 geraram incapacidade (9,5%), 557 motivaram hospitalização (3,5%), 158 representaram “risco de vida” (1%) e 85 morte (0,5%).

Dos casos classificados como graves, cerca de 85% dizem respeito a situações de incapacidade temporária (incluindo o absentismo laboral) e outras consideradas clinicamente significativas pelo notificador, quer seja profissional de saúde ou utente, refere a Autoridade Nacional do Medicamento, que lembra que “as reações adversas são pouco frequentes, com cerca de um caso em mil inoculações”.

Do total de reações adversas registadas em Portugal, 8.434 são referentes à vacina da Pfizer/BioNtech, num total de 10.731.924 doses administradas, 4.293 da Astrazeneca, em 2.202.274 doses, 1.778 da Moderna (1.901.818 doses) e 1.340 da Janssen (1.120.167).

O Infarmed ressalva que estes dados “não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas, uma vez que estas foram utilizadas em subgrupos populacionais distintos e em períodos e contextos epidemiológicos distintos”.

A reação mais notificada é dor de cabeça (3.826), seguida da febre (3.820), dor muscular (3.744), dor no local de injeção (3.347), fadiga (1.864), calafrios (1.618), náusea (1.453), dores nas articulações (1.187), dor generalizada (1.067), tonturas (960), mal-estar geral (900), dor nas extremidades corporais (830), aumento dos gânglios linfáticos(808), fraqueza orgânica (728), vómitos (716).

As autoridades reguladoras de medicamentos de 64 países em todo o mundo participam este ano na campanha internacional #MedSafetyWeek, liderada pelo Centro de Monitorização de Uppsala (UMC), o centro que colabora com a Organização Mundial da Saúde (OMS) na monitorização internacional de medicamentos.

Em Portugal, podem ser notificadas suspeitas de Reações Adversas a Medicamentos (RAM) no Portal RAM, no site do Infarmed.

LUSA/HN

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