INEM diz que estabelece prioridades e que atrasos no socorro são picos de serviço

6 de Novembro 2021

Os atrasos no envio de socorro ontem denunciados pelo sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar “podem corresponder a picos de serviço” e são “absolutamente normais no âmbito da atividade dos CODU”, que estabelecem prioridades, defendeu na sexta-feira o INEM.

Em resposta enviada à Lusa, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) refere que “as situações reportadas” pelo sindicato “podem corresponder a picos de serviço, absolutamente normais no âmbito da atividade dos CODU” (Centros de Orientação de Doentes Urgentes).

“Quando se verifica um aumento pontual do volume de chamadas, o INEM prioriza as ocorrências, sendo expectável que o tempo de resposta para situações menos graves aumente. No entanto, como explicado, as situações mais graves (prioridade P1) são as primeiras a receber o acionamento de meios”, acrescenta o instituto de emergência.

Segundo o sindicato, o INEM está sem capacidade de resposta para situações urgentes, com tempos de espera para envio de ambulâncias de quase uma hora.

“Hoje [ontem], às 14:00 estavam 29 ocorrências por dar resposta por não haver ambulância, sendo que a que estava à espera há mais tempo estava há, pelo menos, há 50 minutos”, disse à Lusa Rui Lázaro, presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que afirmou que esta é uma “situação recorrente”, mais acentuada na região de Lisboa e Vale do Tejo, que dura há meses, sendo do conhecimento do INEM e do Ministério da Saúde.

“O acionamento dos meios de emergência para as ocorrências é efetuado precisamente por Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (TEPH), cujo trabalho nos CODU, para além do atendimento e triagem das chamadas, passa por encontrar a melhor solução para acionamento dos meios disponíveis e que sejam simultaneamente os mais adequados para dar resposta a cada pedido de ajuda. Este trabalho é feito por estes profissionais de forma rigorosa e hoje [ontem] não foi exceção”, afirmou ainda o INEM na nota enviada à Lusa.

De acordo com o sindicato, os atrasos devem-se à falta de técnicos nos quadros do INEM, uma carência que está a deixar ambulâncias inoperacionais e que nem com o recurso às ambulâncias de corporações de bombeiros ou da Cruz Vermelha é possível ultrapassar, por se encontrarem todas ocupadas.

A situação, segundo os dirigentes sindicais, é mais grave na região de Lisboa e Vale do Tejo.

O INEM aponta ainda situações de falsas emergências médicas que dificultam a resposta aos casos verdadeiramente urgentes.

“O Número Europeu de Emergência – 112 deverá ser utilizado apenas em situação de emergência. Todas as situações referentes a aconselhamento têm à sua disposição o número do Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde, através do 808 24 24 24, o que permitirá que aos CODU cheguem apenas chamadas referentes a verdadeiras emergências médicas, aliviando desta forma o volume de pedidos de ajuda”, refere o INEM.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Brasil aprova vacina em dose única contra a chikungunya

As autoridades sanitárias brasileiras aprovaram hoje o registo de uma vacina em dose única contra a chikungunya, um fármaco desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva.

Promessas por cumprir: continua a falta serviços de reumatologia no SNS

“É urgente que sejam cumpridas as promessas já feitas de criar Serviços de Reumatologia em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde” e “concretizar a implementação da Rede de Reumatologia no seu todo”. O alerta foi dado pela presidente da Associação Nacional de Artrite Reumatoide (A.N.D.A.R.) Arsisete Saraiva, na sessão de abertura das XXV Jornadas Científicas da ANDAR que decorreram recentemente em Lisboa.

Consignação do IRS a favor da LPCC tem impacto significativo na luta contra o cancro

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está a reforçar o apelo à consignação de 1% do IRS, através da campanha “A brincar, a brincar, pode ajudar a sério”, protagonizada pelo humorista e embaixador da instituição, Ricardo Araújo Pereira. Em 2024, o valor total consignado pelos contribuintes teve um impacto significativo no apoio prestado a doentes oncológicos e na luta contra o cancro em diversas áreas, representando cerca de 20% do orçamento da LPCC.

IQVIA e EMA unem forças para combater escassez de medicamentos na Europa

A IQVIA, um dos principais fornecedores globais de serviços de investigação clínica e inteligência em saúde, anunciou a assinatura de um contrato com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para fornecer acesso às suas bases de dados proprietárias de consumo de medicamentos. 

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights