Médicos acusam soldados israelitas de matar rapaz de 13 anos na Cisjordânia

6 de Novembro 2021

O Crescente Vermelho Palestiniano (CVP) indicou que um rapaz de 13 anos foi morto a tiro pelo exército israelita, em confrontos ontem com grupos de palestinianos na Cisjordânia ocupada por Israel.

O rapaz, identificado como Mohammad Daadas, sucumbiu aos ferimentos já no hospital, depois de ter sido atingido com uma bala no estômago nos confrontos com as tropas israelitas em Deir al-Hatab (norte da Cisjordânia).

Num comunicado, os serviços médicos do CVP adiantaram que as tropas israelitas dispararam balas reais e de borracha, bem como granadas de gás lacrimogéneo, contra um grupo de palestinianos que protestava contra a presença de Israel na Cisjordânia.

Os incidentes ocorreram quando o exército israelita começou a encerrar as estradas que davam acesso ao local do protesto.

Até agora, Israel não comentou o incidente.

Os confrontos entre as forças israelitas e palestinianas são comuns na Cisjordânia às sextas-feiras.

Nos últimos seis meses, ocorreram confrontos semanais na cidade vizinha de Beita, onde os palestinianos realizam manifestações contra a instalação de um posto avançado de um colonato não autorizado que, segundo defendem, foi construído nos territórios ocupados.

Pelo menos cinco manifestantes já foram mortos na violência.

Segundo um acordo assinado em junho, o Governo israelita decidiu retirar os habitantes do colonato de Eviatar, na mesma região, mantendo de pé os edifícios construídos, que estão sob a guarda do exército.

Os palestinianos rejeitaram o acordo, argumentando tratar-se de um passo de Israel para conquistar mais terras.

Na semana passada, as autoridades israelitas aprovaram a construção de 3.000 novas casas para colonos na Cisjordânia.

Quinta-feira, anunciaram também que vão construir 1.300 casas para palestinianos que vivem em áreas da Cisjordânia que estão sob total controlo israelita.

Israel conquistou a Cisjordânia na guerra de 1967 e estabeleceu dezenas de colonatos, onde vivem mais de 500.000 colonos.

Os palestinianos consideram o território, tal como Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, parte do futuro Estado, e veem os colonatos como um obstáculo à resolução do conflito.

LUSA/HN

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